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quinta-feira, 10 de abril de 2025

TRABALHO ESCRAVO

Ex-diretor do TJPE é incluído na lista suja do trabalho escravo

Palácio da Justiça. (Foto: Assis Lima/Ascom TJPE)

Clisthenes José Pereira de Andrade Lima tinha cargo comissionado e foi diretor financeiro do TJPE entre 2020 e 2022


O ex-diretor financeiro do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Clisthenes José Pereira de Andrade Lima foi incluído na lista suja do trabalho escravo, atualizada pelo governo federal nesta quarta-feira (9).

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, um trabalhador que estaria em condições análogas à escravidão foi resgatado na Fazenda Guabiraba, na zona rural de Limoeiro, Agreste de Pernambuco, que é propriedade do ex-diretor do Tribunal. A fiscalização ocorreu em 2024.

Uma pessoa próxima a Clisthenes alegou que ele estaria sendo alvo de uma “injustiça” ao ter o nome incluído na lista. Segundo afirma, o ex-servidor teria tentado ajudar um homem que “pediu uma casa para morar de graça e armou uma armadilha”

Ela também relata que o homem resgatado estaria apenas “morando de favor” e não trabalhava para Clisthenes. “A fiscalização disse que a casa em que ele morava não tinha condição de dignidade da pessoa humana”, afirma. “Então, começaram a imputar essas coisas a ele [Clisthenes] e o trabalhador foi se beneficiar”.

A reportagem não conseguiu contato com o ex-diretor do TJPE e o espaço segue aberto para manifestação. O Tribunal também foi procurado e não respondeu.

Clisthenes assumiu a função de diretor financeiro do TJPE, um cargo comissionado, em 4 de fevereiro de 2020, segundo a relação do órgão. Ele foi exonerado em 2 de fevereiro de 2022.

Bancário aposentado, o ex-servidor também já ocupou a função de gerente-geral da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB). 

Lista

A nova lista do Ministério do Trabalho e Emprego reúne 745 nomes de empregadores (pessoas físicas e jurídicas) que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão no Brasil. Em Pernambuco, são 19 casos.

Da lista total, 155 nomes foram incluídos nesta quarta-feira. Depois que o empregador aparece no cadastro, ele permanece publicado por dois anos, conforme o artigo 3º da Portaria Interministerial que regula a lista. No dia 4 de abril deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego retirou 120 nomes que haviam completado esse prazo.

Segundo o Governo Federal, a lista suja tem como objetivo dar transparência às ações de combate ao trabalho escravo realizadas por auditores-fiscais do Trabalho. A atualização ocorre a cada seis meses.

Entre os empregadores incluídos nesta quarta-feira (9) por trabalho escravo em Pernambuco estão também:

Evambivaldo Ferreira Gonçalves, em Ipojuca, com três trabalhadores envolvidos; 

Agroflorestal Serra das Abelhas Ltda, em Exu, com oito trabalhadores envolvidos; 

Cícero Antonio Lobo Cruz, em Residência de Cícero Antonio Lobo Cruz, com um trabalhador envolvido;

Eduardo Natanael de Jesus, em Frei Miguelinho, com dois trabalhadores envolvidos; 

FRF Construções LTDA, em Ipojuca, com 24 trabalhadores envolvidos; 

M.J. dos Santos Cunha Calcario LTDA, em Santa Maria do Cambucá, com cinco trabalhadores envolvidos; 

Pauliran de Almeida Montalvao, em Petrolina, com três trabalhadores envolvidos; 

Rubem Gomes Soares, em Santa Maria do Cambucá, com sete trabalhadores envolvidos.

Por: Jorge Cosme

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