Evento reúne mães típicas e atípicas no Recife para conscientização sobre o autismo
"Mães Diversas, Mães Reais" chega com a proposta de construir rede de apoio entre mães para disseminar mais informações sobre o TEA
Em comemoração ao Abril Azul, mês de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), aconteceu a 3ª edição do "Mães Diversas, Mães Reais", nesta sexta-feira (4). O evento reuniu mães típicas e atípicas para compartilhar vivências e construir uma rede de apoio.
O encontro aconteceu no Moinho Recife Business & Life, localizado no Bairro do Recife, área central da capital pernambucana. A ação é promovida pelas especialistas Fernanda Prates, dentista, idealizadora da Start Odontologia e mãe atípica; e Bethânia Mendes, fonoaudióloga especialista em TDAH, TEA, dificuldades de comunicação e interação social.
Fernanda passou a buscar por trabalhos que envolvessem a inclusão a partir do diagnóstico da filha, a pequena Luiza Nova, que tem seis anos. Foi assim que nasceu o evento, em maio do ano passado, com a missão de tornar o mundo melhor para a garota e para tantas outras crianças com TEA.
"Esse evento surgiu para que pudéssemos passar mais informações e conectar mães que vivem essa realidade. Mães atípicas e típicas juntas, conectadas, porque só assim vamos conseguir realizar uma inclusão verdadeira. O objetivo é gerar uma rede de apoio para transformar o mundo em um lugar mais inclusivo", explicou Fernanda.
"O evento é super importante, até para as pessoas entenderem mais sobre o autismo, da conscientização que precisamos ter. Importante também ter mais empatia para o que a gente passa e tornar o momento mais leve no dia a dia", completou Marina Lemos, que também é mãe atípica.
Fernanda conta também que o evento chega como uma oportunidade de partilha de experiências, inclusive do baque inicial que é receber o diagnóstico.
"Dentro do processo de diagnóstico, passamos por muitas fases, como negação, luto, depressão. E eu vejo que a minha experiência pode ajudar outras mães. Também entendo que se eu conseguir conectar tudo isso a outras pessoas que vivem e não vivem essa realidade, vou transformar o mundo para a minha filha e para outras crianças neurodivergentes", disse.

Conexão é a chave
A proposta do evento, como disse Fernanda, é de gerar uma conexão entre mães típicas e atípicas. Para estabelecer essa rede de apoio, as participantes trocam vivências e compartilham experiências sobre a realidade da vida com uma pessoa com TEA.
Uma dessas participantes foi Joanna Costa, diretora do Grupo EQM. Mãe atípica, ela comentou a importância da ação e como ela chega para gerar mais inclusão e conscientização sobre o transtorno.
"É uma iniciativa muito importante porque ela traz informação. A gente busca inclusão para os nossos filhos através da informação, com uma sociedade consciente sobre o que é o autismo, que é uma diferença, mas não uma sentença. Temos conseguido espaço na sociedade, que, sem dúvida, vem através da informação de qualidade. É um grande serviço público conseguir mostrar de fato o que é o autismo, e estou muito comovida com a oportunidade", afirmou.
"O evento é super importante, até para as pessoas entenderem mais sobre o autismo, da conscientização que precisamos ter. Importante também ter mais empatia para o que a gente passa e tornar o momento mais leve no dia-a-dia", completou Marina Lemos, que também é mãe atípica.
Cláudia Monteiro, esposa de Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente do Grupo EQM e fundador da Folha de Pernambuco, também compareceu ao evento. Mãe de Joanna e avó atípica, ela entende que a oportunidade é de grande relevância para a troca de ensinamentos.
"É importantíssimo, para nós, ter a oportunidade de conhecer mais um pouco essa realidade, apesar de vivermos ela. É um momento para ouvir pessoas que estão preparadas para ensinar sobre as pessoas que têm essa condição, e também de trocar muita ideia e carinho com pessoas que vivem essa realidade", disse.
União da ciência às pessoas
Com mais de 20 anos em experiência no tratamento de pessoas com TEA, a fonoaudióloga Bethânia Mendes também é uma das organizadoras do encontro. Ela ressaltou a importância em aproximar a ciência das pessoas para transformar a sociedade.
"Em um evento como esse, com profissionais de excelência, aproximamos a ciência da realidade. Então tenho esse compromisso nos eventos que ajudo a organizar de sempre convidar um palestrante que seja também autista, porque, dessa maneira, não ficamos só no discurso. Respeitamos e demonstramos na prática como é essa vivência", afirmou.

A 3ª edição do encontro "Mães Diversas, Mães Reais" tem algumas novidades. A primeira é que o foco da discussão foi o Transtorno do Espectro Autista (TEA), ao contrário dos eventos anteriores que envolveram outras neurodiversidades.
A programação foi às 12h30, incluindo um momento de yoga, um coffee fit, voltado para saúde e bem-estar das mães, além de palestras que abordarão temas essenciais para a maternidade real.
O neurologista da infância e adolescência, Erasmo Casella, vai abordar sobre o aumento na quantidade de diagnósticos de autismo, enquanto a médica e autista, Elizangila Leite, trará sua visão a respeito do tratamento.
Mais informações podem ser encontradas no perfil @maesdiversasmaesreais no Instagram.
Por Genivaldo Henrique
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