Uso incorreto de antibiótico traz riscos à saúde
Segundo o especialista, a automedicação e o uso incorreto dos
antimicrobianos facilitam a multiplicação de bactérias resistentes e
devem ser evitados. (Rafael Vieira/DP)
A automedicação deve ser evitada para impedir consequências tanto para a sociedade quanto para o indivíduo
Desde a sua descoberta na década de 40, os antibióticos
contribuem diretamente na redução do número de mortes causadas por
infecções. Nos dias atuais, no entanto, o uso desenfreado dessas
substâncias, em conjunto com a automedicação cada vez mais frequente,
vem criando um novo problema para a medicina: o aparecimento de
bactérias super-resistentes, as “superbactérias".
Elas
levam esse nome por se tratarem de organismos que adquiriram uma
resistência a antimicrobianos (substâncias que matam ou inibem o
crescimento de microrganismos). Segundo o clínico geral do Hospital
Jayme da Fonte, Plínio Eulálio, o uso incorreto dos antimicrobianos,
seja usando-os por um período e quantidade diferente do que o prescrito
ou até mesmo não respeitando o horário de sua ingestão, facilita a
multiplicação de bactérias resistentes.
Um
estudo publicado em 2024, na revista científica The Lancet, alerta que a
resistência aos antibióticos pode causar diretamente mais de 39 milhões
de mortes no mundo e estar associada a 169 milhões de óbitos entre os
anos de 2025 e 2050. Em outra pesquisa realizada em 2024 pelo Instituto
de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 86% dos entrevistados
admitiram tomar medicamentos sem orientação de um prescritor.
“Nós
prescritores sabemos que toda medicação que produz benefício, também
tem efeitos colaterais. E quando a pessoa não tem esse conhecimento, ela
corre risco porque, se estiver usando uma medicação incorreta, os
efeitos colaterais podem estar presentes, mas ela não vai ter o
benefício”, avisa o especialista.
Ao
utilizar os antibióticos de maneira errada, as bactérias mais fracas
são destruídas enquanto que as mais resistentes continuam a se
multiplicar, aumentando a gravidade da doença. Por isso, os médicos e
profissionais da saúde estão enfrentando, atualmente, um crescimento na
resistência das bactérias maior do que a capacidade de criar novas
medicações que possam combater essas mesmas bactérias.
O
clínico geral conclui que, para impedir a proliferação das
superbactérias, a automedicação deve ser evitada, e é necessário
conscientizar a população acerca dos efeitos colaterais das medicações e
as consequências do seu uso equivocado. Por fim, ele também lembra a
importância da vacinação, já que uma população vacinada reduz a
incidência de doenças e a gravidade de eventuais infecções.
Consolidado
no Polo Médico do Recife – o segundo maior do Brasil, o Hospital Jayme
da Fonte é reconhecido por sua qualidade. Tanto que recebeu o Selo
Prata, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que
verifica e valida a qualidade de serviços de saúde no Brasil, com foco
na segurança do paciente.
Por: Luíza Cabral Saraiva - Estúdio DP
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