Miss Jaboatão diz ter sido alvo de racismo no Dia da Consciência Negra; ''vá morar numa favela!''
O caso veio a público através de uma postagem no Instagram, em que a modelo conta que sofreu ''injúria racial de uma pessoa próxima'' (Foto: Lenita Dellary via Instagram)
Lenita Dellary expôs a situação em um vídeo no Instagram nesta quarta-feira (20)
No dia em que é celebrada a luta e
resistência da comunidade negra no Brasil, a miss Jaboatão dos
Guararapes, Lenita Dellary, passou por uma situação de racismo. Na
quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, a modelo foi insultada por
uma vizinha do prédio em que mora. A mulher teria chamado Lenita de
“macaca” e mandado ela se mudar para uma favela.
O
caso veio a público através de uma postagem no Instagram, em que a
modelo conta que sofreu “injúria racial de uma pessoa próxima”. O
momento foi registrado por Lenita Dellary, que decidiu filmar as
agressões verbais ao perceber que estava passando por mais um episódio
de racismo.
“Aprenda
a morar em edifício, porque eu moro aqui há sete anos e nunca aconteceu
nada. Macaca! Parece uma macaca!”, disse a vizinha, que é idosa. “Pode
gravar. Quer que eu vá falar perto do telefone? Vá morar numa favela!”,
ordenou a agressora.
“Eu
acredito que muitas pessoas passam por isso no dia a dia delas, seja
[por] um colega de trabalho, amigo, familiar. Eu passei anos calada, mas
hoje, mediante a essa situação, eu resolvi não me calar. Eu decidi dar
voz e, principalmente, buscar os meus direitos”, disse a modelo através
do vídeo.
Na
legenda da postagem, a miss Jaboatão destacou que a “discriminação
racial ainda persiste em nossa sociedade, e incidentes como esse nos
lembram da importância de promover a empatia, a educação e a igualdade”.
“O Dia da Consciência Negra é um marco para
reafirmarmos o compromisso com a justiça social e o respeito aos
direitos de todos, independentemente de cor, origem ou crenças”,
afirmou.
A
modelo ainda ressaltou que “combater o racismo é um ato coletivo e
diário, que começa no respeito pelas individualidades e pela valorização
da diversidade. Que possamos, juntos, construir um futuro mais
igualitário e justo para todos”.
A
Polícia Civil de Pernambuco informou que registrou ocorrências de
calúnia e injúria racial e que "um inquérito policial foi instaurado
para apurar todas as circunstâncias".
A
defesa da modelo informou por meio de nota que “os fatos relatados no
registro policial evidenciam episódios contínuos de racismo e
preconceito direcionados à vítima no ambiente onde reside. Entre os atos
denunciados, consta a prática de agressões verbais que configuram
injúria racial, com expressões ofensivas e discriminatórias, além de
acusações caluniosas que visam prejudicar a integridade moral de
Lenita”.
Por: Adelmo Lucena
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