Raquel Lyra, a grande vitoriosa
Raquel travou uma queda de braço com o prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), em Olinda e Paulista. Foi para às ruas, fez carreatas e caminhadas, subiu no palanque de Mirella e Ramos, e saiu vitoriosa em ambas. São dois municípios estratégicos na Região Metropolitana, o que equilibra o jogo da sua sucessão estadual em 2026, diante da estrondosa vitória de João na capital.
Paulista passa a agora a ser gerida pelo PSDB. Ali, Raquel, com a vitória de Ramos, evitou a volta ao poder de Júnior Matuto, que não era um adversário qualquer. O próprio João, em vídeos e declarações ao longo da campanha em Paulista, tratou Matuto não apenas como um aliado, mas um político quase familiar, de relação bem próxima e antiga.
Já em Olinda, com Mirella, uma jovem promessa, que carregou o fardo do desgaste natural do prefeito Lupércio, por estar há oito anos no poder, Raquel colocou a cara na campanha para o tudo ou nada. Foi a vários eventos, deu o suporte que a aliada precisava, fez o discurso de que com ela prefeita Olinda seria tratada com mais atenção pelo Governo do Estado e ainda enfrentou o forte discurso ideológico.
Até Lula, através de vídeos na propaganda eleitoral, tentou dar uma forcinha a Matuto, em Paulista, e Vinicius, em Olinda, mas na prática mostrou que não tem mais força nem capital eleitoral para influenciar como cabo eleitoral. Raquel derrotou todas as lideranças de esquerda e da oposição juntas, principalmente em Olinda, onde João, Humberto Costa, Teresa Leitão e Luciana Santos se envolveram com mentes e corações.
É fato histórico que nem sempre quem elege mais prefeitos se fortalece para a briga estadual, o Palácio do Campo das Princesas, mas no caso de Raquel, que o PSB interpretou como a grande derrotada no primeiro turno, não se pode questionar que se fortaleceu para emplacar a sua reeleição em 2026.
LULA DERROTADO
Se há um grande derrotado nas eleições municipais é o presidente Lula. Apostou tudo na eleição de Guilherme Boulos, numa aliança com o PT, indicando a ex-prefeita Marta Suplicy para vice, e sofreu o maior revés eleitoral da história em São Paulo. O seu partido, o PT, só elegeu um prefeito de capital, Evandro Leitão, de Fortaleza, mesmo assim numa peinha, uma diferença de menos de 1%, pouco mais de mil votos. O mérito cearense não é do PT, mas do ministro e ex-governador Camilo Santana, que assumiu a campanha de Leitão.
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