Só Fortaleza ainda pode salvar o PT
Em São Paulo, o PT apoia o candidato do Psol, Guilherme Boulos, que aparece comendo poeira atrás de Ricardo Nunes (MDB) nas pesquisas. Ele partiu para o tudo ou nada. Saiu de mochilão para dormir nas casas dos eleitores da periferia, divulgou denúncias contra o prefeito no caso da máfia das creches e até aceitou participar de uma sabatina com Pablo Marçal (PRTB).
Mas a iniciativa mais simbólica do candidato do Psol foi a “Carta de São Paulo”, versão atualizada da Carta aos Brasileiros de Lula de 2002, com o mesmo objetivo de tentar reduzir sua rejeição. Na carta, além de repisar o que já disse muitas vezes sobre ser um político do diálogo e não um radical invasor de propriedades, Boulos deu um passo adiante, reconhecendo a dificuldade da esquerda de se conectar com um eleitorado decisivo.
“Pelo nosso propósito de olhar sempre para os invisíveis, muitas vezes nós da esquerda deixamos de falar com tanta gente que também batalha, sofre o dia a dia das periferias e que buscou encontrar sua própria forma de ganhar a vida. A periferia mudou. Você, mulher que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso”, diz.
Para acrescentar: “Você, jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção, sabe disso. Você que pega um carro e dirige a cidade toda como motorista de aplicativo sabe disso. Muitas vezes nós deixamos de falar com vocês”.
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