João X Raquel: tabuleiro das prefeituras no primeiro turno mostra equilíbrio de forças de olho em 2026
Partidos da governadora, PSDB, e do prefeito, PSB, saíram das eleições com o comando de 31 municípios cada um
A eleição municipal de 2024 tem tudo para ser apenas o "pontapé inicial" da disputa para governador em 2026.
Reeleito
prefeito do Recife, a maior cidade do Estado, com 78,11% dos votos
válidos, João Campos (PSB) tende a entrar de cabeça na disputa
majoritária daqui a dois anos, deixando a capital sob administração do
vice, Victor Marques (PCdoB), gestor de sua extrema confiança
Do
outro lado, a governadora Raquel Lyra (PSDB) pula esta etapa política
para pensar na estratégia que adotará na "guerra" pela reeleição. E,
para isso, conta ainda com dois anos de gestão para melhorar a aprovação
do seu governo e entrar fortalecida na disputa.
Diante
desse quadro, os resultados deste domingo (6) podem mostrar o que vem
por aí, em caso de um confronto entre as duas maiores lideranças de
Pernambuco na atualidade.
O mapa do primeiro turno mostra que, se depender dos apoios de prefeitos eleitos, 2026 vai ser muito equilibrado.
Analisando
as vitórias de seus partidos, PSB e PSDB, no tabuleiro dos 184
municípios, João e Raquel travam uma espécie de "pastoril" com cores
diferentes, metade amarelo do PSB e metade azul do PSDB.
Trocando
em miúdos, o PSDB de Raquel fez 31 prefeitos. Nesse quadro, entra a
"grande vitória" da gestora, que ajudou a reeleger Rodrigo Pinheiro, em
Caruaru, no Agreste.
O PSB de João, além de
vender na capital e maior colégio eleitoral do estado, fez mais 30
aliados, também totalizando 31 prefeituras. Entre elas está Garanhuns,
no Agreste, onde Sivaldo Albino venceu um aliado de Raquel, o líder do
governo na Assembleia Legislativa, Izaías Régis.
É
preciso levar em consideração também que João e Raquel comandam grandes
grupos políticos de aliados, envolvendo vários partidos diferentes.
Somando
todas as forças aliadas, João Campos conquistou 97 prefeitura com
candidatos eleitos por partidos com os quais têm algum tipo de
alinhamento. Raquel ficou com 83 prefeituras, levando em conta esses
mesmos critérios.
No rol dos aliados, a conta
de João aumenta, com 22 prefeitos eleitos pelo Republicanos, 12 pelo
MDB, 12 pela federação PT/PV/PCdoB, 10 pelo União Brasil, 8 pelo Avante.
Na lista de aliados de Raquel, o PP venceu em 24 municípios, o PSD em 19, o Podemos em oito, e o PRD, em uma.
O
PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e comandado em Pernambuco
por Anderson e André Ferreira, fez duas prefeituras, uma delas em
Jaboatão dos Guararapes, o segundo maior colégio eleitoral do estado. A
sigla é considerada independente no tabuleiro de 2026.
Caso
interessante é o do PDT, que já esteve nos lados e agora, por decisão
do presidente nacional da sigla, se manteve neutro nessas eleições,
embora as maiores lideranças do partido no estado, José Queiroz e Wolney
Queiroz.
A disputa segue no segundo turno em
duas cidades, Olinda e Paulista, locais onde os dois times se enfrentam
com Vinícius Castello (PT) e Mirella Almeida (PSD), em Olinda, e Ramos
(PSDB) e Júnior Matuto (PSB) em Paulista.
Em
dois outros municípios pernambucanos a eleição também não foi definida,
não por causa de um segundo turno, mas porque os candidatos vencedores
concorreram sub judice. No Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral obteve
46,64 % dos votos válidos e, em Goiana, Eduardo Honório recebeu 78,16%.
Ambos aguardam uma definição da Justiça Eleitoral.
DP
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