Bancos ganham selo por adotar ações contra crimes
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Identificação reconhece instituições que seguem as regulamentações de segurança do Banco Central
Nos próximos dias, os bancos que adotam normas para a prevenção de
fraudes poderão ser identificados por um selo. Nesta terça-feira (22), a
Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), em parceria
com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lançaram o "Selo de
Prevenção a Fraudes", uma iniciativa com objetivo de fortalecer a
integridade e a segurança das operações financeiras no Brasil.
Diante
de fraudes e golpes digitais cada vez mais frequentes, a medida foi
criada como um método para certificar e reconhecer as instituições
financeiras que se destacam no cumprimento de requisitos de prevenção e
conscientização da população. De acordo com uma pesquisa do Datafolha,
os golpes financeiros foram responsáveis provocaram um prejuízo de R$
186 bilhões à população, em 2023.
Neste primeiro
momento, as práticas adotadas por 25 bancos públicos e privados
brasileiros e estrangeiros foram analisadas por uma consultoria.
Entre elas, 17 instituições foram aprovadas para receber a certificação, são elas:
- Caixa Econômica Federal
- Banco do Brasil
- Bradesco
- Itaú
- Santander
- Banco BMG
- C6 Bank
- Sicredi
- Sicoob
- Banco Daycoval
- Banco Inter
- Banco BS2
- Banco Pan
- Banco Safra
- BTG Pactual
- Votorantim
- Banco XP
O
selo tem validade de 12 meses e pode ser renovado. As oito instituições
que ficaram de fora nessa fase, estão em processo de avaliação pela
consultoria.
De acordo com o presidente da
Febraban, Isaac Sidney, a prevenção a fraudes é uma prioridade da
entidade e seus associados investem anualmente cerca de R$ 4 bilhões em
sistemas de segurança da informação.
O
diretor do Comitê Nacional de Segurança Bancária da Associação
Brasileira dos Profissionais de Segurança (ABSEG), entidade que capacita
e certifica profissionais, para o mercado de segurança nas instituições
financeiras, Saulo Pessoa Batista dos Santos, explica que a ideia do
selo foi criada pelos bancos que estão buscando novas soluções,
plataformas e trocas de informações para melhorar a segurança,
comandados pela Febraban.
“Esse conjunto de
elementos que a Febraban foi criando nesse período, acompanhada pelos
bancos, resultaram em um rol de obrigatoriedades, que os bancos deveriam
ter para cumprir aquilo que foi determinado pela Ernst & Young
(EY), como pré-requisitos para esse selo de segurança e combate à
fraude” destaca Saulo.
O integrante da ABSEG
explica ainda que a certificação é uma forma de identificar as
instituições financeiras que adotam práticas de segurança aos clientes.
“Esse selo visa melhorar a proteção das pessoas nas suas transações
bancárias, principalmente para as pessoas mais simples, aquelas mais
vulneráveis, que sofrem com a engenharia social e com todo tipo de golpe
que está acontecendo no mercado. Além da questão das fraudes
eletrônicas, dos combates aos ataques cibernéticos, com ferramentas que
são utilizadas por todos os bancos hoje praticamente de uma forma
igual”, afirma.
Pré-requisitos
Segundo
Saulo Batista, para obter essa certificação as instituições devem
obedecer às regulamentações do Banco Central e principalmente as
orientações dos comitês de combate à fraude da Febraban.
Ainda
de acordo com ele, a instituição financeira deve manter sempre o seu
sistema antifraude atualizado, além de fornecer informações para a
polícia federal, no projeto Tentáculos, plataforma que centraliza todas
as notícias de crimes oriundos dos ataques cibernéticos.
Saulo
conta ainda que dos bancos associados da Febraban, apenas 17 receberão o
selo. “Para a segurança do sistema financeiro e das pessoas, era
necessário que todas as instituições bancárias cumprissem esses
requisitos, contribuindo para um sistema financeiro mais forte e mais
rigoroso na questão de combate às fraudes eletrônicas”, aponta.
Campanhas educativas
Os
clientes das instituições vão poder identificar esse selo tanto nos
terminais eletrônicos, como nas propagandas de rua, aplicativos e outras
formas de comunicação visual dos bancos. Na prática, os clientes vão
poder identificar instituições seguras para fazer suas movimentações.
“Por isso a gente acredita que rapidamente as outras instituições também
vão cumprir com os requisitos para receber também essa certificação do
selo”, disse Saulo.
Ainda
de acordo com ele, a principal forma de combater os golpes é feita por
meio da educação do cliente, pois são eles os mais vulneráveis aos
golpes e acabam disponibilizando dados que permitem a identificação
dele. “O que se busca muito é que as instituições financeiras tenham
campanhas educativas para seus clientes como hoje o Banco Central já
está com esse direcionamento”, afirma.
Por: Thatiany Lucena
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