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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

ALERTA EM SÃO PAULO

Mural gigante com cinzas da Amazônia leva luta ambiental ao centro financeiro do país

    Mural gigante com cinzas da Amazônia leva luta ambiental ao centro financeiro do país - Foto:     Carlos Cabal/AFP


Um mural gigante foi inaugurado nesta quarta-feira no centro financeiro de São Paulo

 

Enquanto o país enfrenta uma das piores temporadas de queimadas já registradas, a arte brasileira atrai as atenções para a luta ambiental.

Um mural gigante foi inaugurado nesta quarta-feira no centro financeiro de São Paulo, capital econômica do país. A obra foi pintada com cinzas da Amazônia e de outras áreas desmatadas para o avanço de plantações de soja, como o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal.

Também foi usada lama de localidades do Rio Grande do Sul devastadas pelas enchentes históricas de maio, associadas às mudanças climáticas.

“A arte toca no coração das pessoas”, disse à AFP o artista e ativista Mundano, conhecido por suas intervenções de rua em favor de causas sociais e ambientais.

“Os números sobre a crise climática foram tão repetidos que a gente nem fica mais chocado. A arte tem esse poder de fazer uma representação disso e provocar as pessoas, empresas e os governos a mudar seus hábitos."

Instalado a poucas quadras da Avenida Paulista, com quase 1.600 m², o mural é um dos maiores da América Latina, segundo o artista. A imagem retrata a ativista indígena Alessandra Munduruku, que denunciou a empresa Cargill, líder mundial do agronegócio, como uma das principais responsáveis pelo desmatamento no país.

Segundo Mundano, 38, o principal objetivo do mural é exigir que a família Cargill cumpra sua “promessa” de eliminar da sua cadeia de suprimento até 2025 os produtos provenientes do desmatamento.

Nesta semana, o artista de rua e muralista brasileiro Eduardo Kobra fez uma intervenção artística com materiais biodegradáveis em Araçariguama, área do interior de São Paulo devastada pelo fogo, para conscientizar sobre a destruição da flora e da fauna.

Por AFP

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