Sem jogos do profissional, Náutico e Santa Cruz reduzem custos até o final da temporada
Náutico e Santa Cruz lutam para sobreviver sem jogos (Foto: Rafael Vieira/ DP Foto)
Sem jogos profissionais, a Cobra Coral e o Timbu precisam reduzir seus custos drasticamente, cortando até nas áreas mais essenciais
O futebol pernambucano tem enfrentado uma crise significativa nos
últimos anos, caracterizada não apenas pelo desempenho insatisfatório,
mas também pelas dificuldades financeiras, o que levaram clubes
tradicionais como Náutico e Santa Cruz a adotar medidas drásticas de
redução de custos. Sem jogos profissionais, ambos precisam reduzir seus
custos, cortando até nas áreas mais essenciais.
Diante de inúmeros problemas que a ausência de jogos oferece às instituições, o Timbu e a Cobra Coral necessitam adotar medidas de contenção de despesas, o que inclui a renegociação de contratos, redução do quadro de funcionários e até mesmo a suspensão de atividades não essenciais.
Redução de jogos
No
futebol brasileiro, a redução de jogos é uma das temáticas de debate.
Uma fatia pequena e privilegiada, por vezes, utiliza-se do argumento que
há um excessivo número de partidas durante a temporada. No entanto, a
realidade da maioria dos clubes do País é um calendário enxuto. Em 2024,
por exemplo, o Santa Cruz disputou apenas 13 jogos - menor número de
partidas desde o ano de sua fundação. O Náutico, por sua vez, atuou em
42 jogos, número mais baixo registrado dos últimos 20 anos.
O
arquirrival Sport, por exemplo, irá terminar o ano com 66 partidas,
tendo disputado quatro competições na temporada. Apesar disso, o Leão da
Ilha nem de longe é tido como uma case de sucesso. Na Região Nordeste,
clubes como Fortaleza e Bahia, que atuam na elite do futebol nacional,
podem terminar 2024 com mais de 70 jogos.
Cortes de gastos
A
crise financeira, de certa forma, obriga Náutico e Santa Cruz a tomar
decisões difíceis, como a redução do elenco, cortes de salários e a
diminuição dos investimentos em infraestrutura e nas categorias de base.
Essas medidas, embora necessárias para a sobrevivência dos clubes, têm
impacto direto na competitividade das equipes, que encontram
dificuldades para atrair e manter jogadores de qualidade. Além disso, os
clubes podem emprestar estádios e Centro de Treinamentos.
O
Tricolor do Arruda chegou a ter um custo geral de R$ 1,1 milhão mensal -
deste valor, R$ 700 mil era para o futebol. Ao fim das atividades do
futebol profissional, em março, reduziu para R$ 200 mil - diminuição de
cerca de 82% no orçamento. Até voltar à normalidade, a Cobra Coral só
vai manter em seus quadros de funcionários quem puder pagar. O Santa
Cruz também optou pelo empréstimo de 10 atletas para reduzir os gastos
da folha. Entre eles, estão os destaques do ano, como por exemplo, o
meia Matheus Melo, ao Náutico, e o volante Lucas Siqueira, ao
Botafogo-PB.
Seguindo a cartilha do rival, o
Timbu segue buscando renovação com os principais atletas e,
posteriormente, o empréstimo para que os jogadores se mantenham ativos.
Exemplificando, o Náutico cedeu o volante Marco Antônio para o CRB, até o
término da Série B. A medida serve para manter os ativos e enxugar a
folha salarial, que esteve na casa dos R$ 600 mil no Estadual e subiu
para R$ 800 mil na Série C.
Paulo Mota
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