Volta para casa no primeiro dia de paralisação provoca dor de cabeça para passageiros no Grande Recife
Milhares de passageiros tiveram dificuldades na volta para casa, nesta segunda (12) (Foto: Priscilla Melo/DP )
A reportagem percorreu alguns dos corredores de ônibus mais movimentados no Grande Recife e constatou a dificuldade de passageiros na volta para casa sem ônibus
No primeiro dia da greve dos motoristas de ônibus do
Recife e da Região Metropolitana, a volta para casa dos passageiros que
utilizam o modal não foi nada fácil.
O
cenário da noite desta segunda-feira (12), foi o mesmo das primeiras
horas da manhã com a paralisação dos rodoviários: sem ônibus nas ruas,
coletivas estacionados nas garagens e muitos usuários aglomerados nas
paradas de ônibus, nos corredores de grande fluxo de coletivos e nos
Terminais Integrados de Passageiros (TIs).
O Terninal de Xambá, em Olinda, aglomerava passageiros nas paradas e sem ônibus (Foto: Priscilla Melo/DP) |
A reportagem percorreu
alguns dos corredores de ônibus mais movimentados no Grande Recife,
como: o Terminal Integrado de Xambá ,em Olinda; no corredor dos
coletivos no Derby, na área Central do Recife; e na Avenida Conde da Boa
Vista, também na região Central da Capital e constatou a dificuldade
que os passageiros tiveram para retornar para casa.
O
cenário visto foi de dor de cabeça e muita paciência para os usuários
que utilizam o modal. Quando era possível ver um ônibus trafegando na
rua, a cena era de passageiros aglomerados no coletivo lotado.
Dos poucos ônibus que trafegavam, era possível ver coletivos lotados (Foto: Priscilla Melo/DP ) |
Até
o momento, não há previsão para que as atividades dos rodoviários
voltem ao normal e apenas 23% da frota está circulando, segundo o
Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de
Pernambuco (Urbana-PE) em um comunicado emitido na manhã desta segunda
(12).
E
em meio a toda a dificuldade que o usuário do Sistema de Transporte
Público de Passageiros (STTP) está enfrentando somente e, até o momento,
há uma única certeza: a greve está mantida para esta terça-feira (13),
afirma o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos
de Passageiros do Recife e Região Metropolitana Mata Sul e Norte de
Pernambuco (STTREPE).
No início da tarde desta
segunda (12), o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6ª)
determinou que Sindicato dos Rodoviários recomende aos motoristas de
ônibus que voltem a operar com a frota mínima de 60% nos horários de
pico (de 6h às 9h e das 17h às 20h) e de 40% nos demais horários durante
a greve,, afetando 1,2 milhão de passageiros.
“A
decisão liminar (em caráter provisório) é do corregedor do TRT-6,
desembargador Fábio Farias, atendendo a pedido do Sindicato das Empresas
de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco – URBANA-PE. Em
caso de descumprimento foi estabelecida uma multa diária no valor de R$
30 mil”, declarou a corte, por meio de nota.
Passageiros passaram por dificuldades nesta segunda (12) (Foto: Priscilla Melo/DP) |
Dificuldade
A
administradora Amanda Barbosa, de 27 anos, relatou que para chegar ao
trabalho precisou ter muita paciência e resiliência para adotar
estratégias sem a presença dos ônibus nas ruas.
“Hoje
pra ir ao trabalho eu acabei requisitando o aplicativo (corrida por
aplicativo), mas a volta está senai bem complicada. Tô a quarenta
minutos na parada e o ônibus não chega. Difícil essa situação toda, é
preciso ter muita paciência e resiliência para chegar em casa”, comentou
a passageira que esperava um coletivo no corredor de ônibus do Derby.
Muitos dos coletivos permanecem parados nos terminais (Foto: Priscilla Melo/DP ) |
Já
a cuidadora de idosos, Suely Maria de Santana, de 45 anos, mesmo
passando uma hora esperando o coletivo para poder voltar para casa, a
passageira diz ser favorável à greve dos rodoviários.
“A
gente tem que entender o lado do motorista, é uma profissão arriscada,
se não for assim, o salário deles não aumenta. Mas, todo mundo tem que
trabalhar né? Está sendo bem difícil”, disse ela.
A auxiliar de farmácia, Evellyn Vitória, 21 anos, relatou as dificuldades que teve para chegar no trabalho nesta segunda (12).
“Eu
pego o Jardim São Paulo e passei uma hora e vinte minutos para poder
pegar um coletivo. Foi um caos. Tive que pegar um mototaxista pra chegar
no trabalho e o valor lá em cima. Agora, na volta, estou sofrendo com
toda essa demora e não sei a hora que chegarei em casa”, lamentou a
auxiliar de farmácia.
Depredação e passageira ferida na PE-15
A
manhã desta segunda-feira (12) começou tensa com a greve dos motoristas
de ônibus na Região Metropolitana do Recife. Longas filas de espera e
poucos ônibus deixaram os passageiros aflitos. No terminal da PE-15, em
Olinda, um passageiro jogou uma pedra contra a janela de um ônibus
parado como forma de indignação com a paralisação.
Uma
idosa que estava dentro do veículo foi atingida pela pedrada e a
Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) precisou ser acionada. Os dois
foram levados para uma delegacia e, posteriormente, a vítima foi
encaminhada para uma unidade de saúde, pois estava com a mão ferida.
Os
ônibus que estavam chegando no terminal da PE-15,não conseguiram entrar
pois estavam sendo impedidos de entrar pela Associação dos Rodoviários.
Entenda o porquê da greve
Mais
de 1,2 milhão de passageiros estão sendo afetados pela greve dos
motoristas de ônibus na Região Metropolitana do Recife nesta
segunda-feira (12). De acordo com o Sindicato das Empresas de
Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), apenas
23% da frota está nas ruas e os principais Terminais Integrados (TI)
estão superlotados, com alta demanda e poucos ônibus.
O
Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de
Passageiros do Recife e Região Metropolitana Mata Sul e Norte de
Pernambuco (STTREPE) explicou que a greve foi deflagrada após rodadas de
negociação entre os rodoviários e a classe patronal sem um acordo
celebrado.
Durante as reuniões realizadas entre
a categoria, os motoristas negaram a proposta feita pela Urbana-PE de
0,5% de aumento acima da inflação e o valor de R$ 400 para o
vale-alimentação, além de um abono no valor de R$ 180 para quem exerce a
dupla função.
Entre as reivindicações da
categoria estão o reajuste de 5% acima da inflação, fim do controle pelo
GPS, fim da compensação de horas, além de vale-alimentação de R$ 720,
abono de R$ 500 para quem exerce dupla função e implementação de plano
de saúde para os motoristas de todas as permissionárias.
Após
o anúncio da greve, o Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT)
pediu na última quinta-feira (8) que o percentual de frota mínima para
os dias de paralisação dos rodoviários. No entanto, a solicitação foi
negada pelo sindicato.
Para tentar amenizar os
efeitos da falta de ônibus nas ruas, a Companhia Brasileira de Trens
Urbanos (CBTU) disse que, “caso haja necessidade”, o metrô irá estender o
horário de pico das 5h às 9h30, o que normalmente é praticado das 5h às
8h30.
A reportagem entrou em contato com os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em
Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Região
Metropolitana Mata Sul e Norte de Pernambuco (STTREPE) para saber se a
entidade sindical iria atender os percentuais determinados pelo TRT para
a frota mínima de ônibus e até a última atualização desta matéria não
houve retorno.
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