O fator Marçal em São Paulo
Aliados de Bolsonaro afirmam que o ex-presidente vai atuar de uma forma mais incisiva nas redes sociais contra Marçal. O ex-presidente estaria insatisfeito com os comentários do empresário e fortemente inclinado a confrontá-lo com mais frequência. Um dos interlocutores de Bolsonaro chegou a dizer que a “lua de mel” entre ambos está suspensa até, pelo menos, o segundo turno.
Segundo lideranças do PL, o apoio ao candidato do PRTB não significa “falta de lealdade” a Bolsonaro, mas uma discordância em relação ao apoio para reeleição de Ricardo Nunes (MDB). O ex-presidente tem se incomodado com o conteúdo publicado por Marçal. Aliados de Bolsonaro dizem que a irritação tem ocorrido pelo fato de o empresário estar “distorcendo conteúdos” e “forçando um apoio” que, segundo bolsonaristas, ele não tem.
Lideranças afirmam que a negativa do ex-coach em responder a questionamentos do podcaster Paulo Figueiredo, sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes, provocou mal-estar entre os apoiadores do ex-presidente. Fotos de Marçal com Moraes também passaram a ser compartilhadas nas redes sociais. Alguns parlamentares de direita veem o crescimento de Marçal como “irreversível”.
Apoiadores de Marçal se mantêm fiéis ao que, para eles, representa a figura antissistema. Além disso, o ex-coach tem evocado símbolos bolsonaristas e pauta de costumes de forma frequente em eventos. Na convenção do PRTB, por exemplo, Marçal fez uma oração ao final do evento. Avaliação de lideranças parlamentares de direita é que Bolsonaro não transfere o capital político para Nunes.
Sem segundo turno
Bolsonaristas acreditam que resultados da pesquisa não captaram o efeito das rusgas entre Marçal e Bolsonaro. Entre lideranças de direita, havia preocupação com o cenário, mas interlocutores afirmaram que um crescimento por parte de Marçal era esperado. Após o resultado da pesquisa, Marçal disse que não haverá segundo turno. “Somos só nós contra tudo e todos. Isso porque a pesquisa está errada”, escreveu o empresário. Ele também afirmou que vai “bater forte nesses covardes”, se referindo aos adversários.
Segmentos que aderiram
No levantamento do Datafolha, Marçal ocupa o segundo lugar numérico entre os eleitores de sexo masculino, com 22,4%. Acima dele está apenas Boulos, com 23,4% de votos dos homens – o terceiro lugar fica com o atual prefeito, com 22,2%. Entre o público feminino, o ex-coach ocupa a quarta posição, com 14,2%. Antes dele vêm José Luiz Datena (PSDB), com 14,3%, Boulos, com 20,7% e Nunes vence no apoio feminino, com 25,7%. Tem também mais votos entre os adultos de 25 a 34 anos, com 24,5% e entre quem tem 35 a 44 anos (20,6%). Entre os jovens de 16 a 24 anos, aparece com 24,1%, vencendo de Boulos, com 20,3% e de Datena, com 15,2%.
Crescimento também pelo Paraná
Já no levantamento do Paraná Pesquisas divulgado ontem, Pablo Marçal (PRTB) figura em terceiro lugar na corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo. Segue atrás do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), e do deputado federal Guilherme Boulos (Psol). Nunes, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aparece numericamente à frente com 24,1% das intenções de voto. Está tecnicamente empatado com o deputado federal do Psol, candidatura endossada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 21,9%. O coach pontuou 17,9%.
Por Magno Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário