Suape recebe pela primeira vez supernavio de 366 metros
O MSC Orion, da classe New Panamax, com capacidade de carregamento de 15 mil TEUs, faz escala no atracadouro pernambucano. Esse é o maior navio já recebido no Porto de Suape, o sexto porto público mais movimentado do Brasil
O Porto de Suape atingiu um novo recorde histórico. O terminal de Contêineres (Tecon Suape) recebeu no último sábado (27) o gigante do mar MSC Orion, porta-contêiner de classe mundial New Panamax, com 366 metros de comprimento, 51 metros de largura e 16 metros de calado.
O navio fez escala no atracadouro durante viagem inaugural de linha direta entre o Nordeste e a Ásia.
De acordo com o diretor-presidente do Porto de Suape, Marcio Guiot, a chegada do MSC Orion a Suape reforça a importância estratégica do Suape para o Brasil contribuindo para a viabilização de rotas diretas entre o Nordeste e os países asiáticos via Canal do Panamá. “Nesse final de semana o navio fez um serviço chamado de extra call, uma operação bem pontual, mas já é uma amostra do que vai ser a partir de setembro quando a gente vai ter o serviço já em regime normal que será em escalas semanais”, revela Guiot.
O supernavio deve permanecer em Suape até o início da manhã desta terça-feira (30). Em escala pelo porto de Suape, o navio extraordinariamente sairá de Pernambuco, passando por Santos, Paranaguá e depois chegará até Singapura.
A previsão é de que, em setembro, os serviços da MSC Orion sejam feitos pelo canal do Panamá, passando por alguns pontos da América Central, Salvador, Suape e depois naveguem direto para Singapura. Com isso, será reduzido o tempo do trânsito da carga que sai de Pernambuco e vai para a Ásia. “É uma coisa inédita para a gente porque não temos esse tipo de serviço no nosso Porto. Hoje a carga da Ásia que sai daqui da região desce de caminhão ou de navio até e descarrega em Santos para fazer o transbordo para conectar com essas rotas principais”, explica, Marcio Guiot.
A novidade traz para Suape melhores condições de competitividade para toda exportação e importação que passa pelo Porto pernambucano e pela região, consolidando o atracadouro como um dos principais do Nordeste. As linhas vão conectar Suape a importantes complexos portuários, como os da China e Singapura.
Obras de infraestrutura
O Porto de Suape concluiu as obras de dragagem do canal externo e planeja finalizar as obras do canal interno nos próximos meses. Esse tipo de estrutura possibilita a atração de navios de grande porte para o atracadouro pernambucano.
“Hoje, alcançamos mais um recorde em 45 anos de história, ganhando destaque no país e no exterior”, pontua o diretor de Desenvolvimento e Gestão Portuária, Rinaldo Lira, acrescentando que a dragagem do canal externo (já concluída), do canal interno e da bacia de evolução (obras começam nas próximas semanas, com prazo de sete meses para conclusão) vão atrair ainda mais navios de grande porte com capacidade máxima de carga.
As últimas escalas do MSC Orion ocorreram no Porto de Caucedo, na República Dominicana (Caribe), e no Porto de Salvador (BA), respectivamente. A embarcação, de bandeira portuguesa, começou a transportar carga conteinerizada em 2020.
Recordes anteriores
Antes do MSC Orion, o maior navio que atracou em Suape foi o APL Dublin, de bandeira de Singapura. O navio chegou ao estado em 11 de março de 2023 e a embarcação permaneceu no porto até o dia 13. Gigante da empresa CMA CGM, o porta-contêiner de classe mundial tem 347,29 metros e largura de 45,28 metros, com calado máximo de 15,5 metros e capacidade para transportar 10.700 TEUs (unidade de contêiner de 20 pés).
Nessa operação, foram movimentados mais de 1.500 contêineres. Na época, o navio partiu de Suape com destino ao Porto de Santos, no litoral paulista.
Já em julho de 2022, o Porto de Suape, caracterizado por ser um porto abrigado de águas profundas, recebeu o navio MSC New Haven, com 333,9 metros e capacidade para 8.084 TEUs. A chegada de embarcações desse porte a Suape foi autorizada pela Portaria 037/2021, publicada no Diário Oficial de Pernambuco em 13 de abril de 2021, com aval da Marinha do Brasil.
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