O que acontece após desistência de Biden?
Entenda o que pode acontecer após a desistência de Biden da candidatura à reeleição nos Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo
(21) a sua desistência da corrida presidencial contra o republicano
Donald Trump, após um desempenho preocupante no debate e números de
pesquisa fracos.
A renúncia do porta-estandarte do
Partido Democrata no último minuto não tem precedentes na história
eleitoral moderna dos Estados Unidos e é um movimento de alto risco.
Veja, a seguir, como a substituição deste homem de 81 anos pode funcionar.
Convenção caótica?
Para
designar um indicado oficial, delegados de todos os 50 estados
comparecem à convenção de indicação de seus partidos para nomear
oficialmente um candidato com base nas eleições primárias.
Biden
venceu esmagadoramente os votos primários e os cerca de 3.900 delegados
do partido que vão à convenção em Chicago em agosto estão em dívida com
ele.
Com a saída de Biden, os delegados precisam
encontrar um substituto. Isso traz a política dos Estados Unidos de
volta aos velhos tempos, quando os chefes de partido se reuniam para
escolher um indicado por meio de acordos em salas enfumaçadas e rodadas
intermináveis de votação.
Em 31 de março de 1968, o então
presidente Lyndon Johnson fez o anúncio chocante em meio à Guerra do
Vietnã de que não buscaria a reeleição.
A mudança
transformou a convenção daquele ano, também em Chicago, em uma crise
política com manifestantes nas ruas e delegados de esquerda irritados
com a postura pró-guerra do candidato escolhido pelo partido, Hubert
Humphrey.
Após esse desastre, os estados adotaram mais
amplamente o processo primário e as convenções se tornaram diálogos bem
estruturados, cujos resultados são conhecidos com antecedência, já que
são determinados pelas primárias.
Quem pode substituí-lo?
Imediatamente
após o debate, os democratas expressaram apoio a Biden. Mas tudo isso
se dissolveu com o passar do tempo, com líderes partidários cada vez
mais experientes questionando publicamente a viabilidade de sua
candidatura.
Uma escolha natural — mas não automática —
para substituir Biden seria sua companheira de chapa nas eleições de
2020, a vice-presidente Kamala Harris. Biden a apoiou neste domingo após
o anúncio de sua retirada da corrida.
Enviada para
amenizar a situação após o desempenho medíocre do presidente democrata
no debate, Harris, de 59 anos, admitiu que Biden havia sido "lento para
começar" contra Trump, mas que tinha "terminado forte".
Se
isso não acontecer, qualquer um dos muitos nomes fortes do partido — os
governadores Gavin Newsom da Califórnia, Gretchen Whitmer de Michigan e
Josh Shapiro da Pensilvânia foram mencionados — pode ser chamados.
Oportunidade para os independentes?
Com
a saída de Biden, poderia surgir um forte candidato de um terceiro
partido? Até agora, nenhum candidato independente representa qualquer
risco para o sistema bipartidário dominante nos Estados Unidos.
Em 1992, o bilionário texano Ross Perot, concorrendo como independente, conseguiu ganhar quase 19% do voto popular.
Mas
no final, devido à forma como o sistema eleitoral do país funciona, ele
não recebeu um único voto dos mais importantes: os dos 538 membros do
Colégio Eleitoral que, em última instância, decidem o vencedor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário