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sexta-feira, 26 de julho de 2024

CRIMES EM CAMARAGIBE

Mesmo sendo réus por envolvimento em sequência de mortes, oficiais da PM de Pernambuco ganham promoção 

                       Sequência de crimes aconteceu no ano passo (Foto: Arquivo)

 

Dois tenenentes-coronéis foram promovidos a coronel e informações foram divulgadas, nesta quinta (25), no Diário Oficial 
 
Dois oficiais da Polícia Militar, réus na Justiça pernambucana por envolvimento  em uma sequência de mortes ocorrida em Camaragibe, no Grande Recife, no ano passado, foram promovidos pelo Governo de Pernambuco. 
 
Os nomes dos tenentes-coronéis Fábio Roberto Rufino da Silva e Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco  estão na lista de promoção para coronel divulgada, nesta quinta (25), no Diário Oficial do Executivo. 
 
No texto, há informações sobre as promoções dos dois. 
 
 "Promover  ao posto de Coronel PM, pelo critério de promoção requerida, de acordo com os Artigos 13 e 45 da Lei Complementar nº 470, de 21 de dezembro de 2021, o Tenente-Coronel QOPM Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco, matrícula nº 9402365, com efeito retroativo a 1º de julho de 2024".

"Promover ao posto de Coronel  PM, pelo critério de promoção requerida, de acordo com os Artigos 13 e 45 da Lei Complementar nº 470, de 21 de dezembro de 2021, o Tenente-Coronel QOPM Fábio Roberto Rufino da Silva, matrícula nº 9402535, com efeito retroativo a 1º de julho de 2024".
 
Segundo normas da PM, a promoção requerida ou por invalidez permanente poderá ser realizada mediante portaria do Comandante Geral, por delegação do governador.

Entenda
 
Na época do crime, Fábio era comandante do 20º Batalhão da PM.
 
Ele era o responsável pelo policiamento ostensivo na cidade. 
 
Marcos Túlio ocupava o segundo posto de comando da inteligência da PM.

Os dois são réus por triplo homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa das vítimas).
 
Por causa disso, foram  afastados das funções públicas por determinação da Justiça. 

O que aconteceu 

A sequência de assassinatos teve início após as mortes do soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e do cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos.
 
Os dois   foram até o bairro de Tabatinga verificar a denúncia de que o vigilante Alex da Silva Barbosa teria efetuado disparos de arma de fogo, de cima de um telhado. 
 
O fato aconteceu na noite de 14 de setembro de 2023. 

Quando os policiais chegaram ao local, houve troca de tiros com Alex. 
 
O vigilante usou como escudo humano Ana Letícia Carias da Silva, de 19 anos. Os dois PMs morreram, e Alex conseguiu fugir. 
 
O primo de Ana, de 14 anos, foi baleado, mas sobreviveu.
 
Horas depois, na busca por Alex, familiares dele foram mortos.
 
 Foram executados a tiros três irmãos de Alex, identificados como Ágata Ayanne da Silva, 30, Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva, ambos de 25. Ágata chegou a transmitir ao vivo, por meio do Instagram, o crime. Ela e Amerson morreram na hora. Apuynã faleceu após ser socorrido e encaminhado para o Hospital da Restauração, no Recife.

No dia 15, os corpos da mãe de Alex, Maria José Pereira da Silva, e da esposa dele, Maria Nathalia Campelo do Nascimento, foram achados num canavial na cidade de Paudalho, Mata Norte do Estado. Duas horas depois, Alex foi morto em Tabatinga.
 
Réus
 
Em março deste ano, o MPPE denunciou 12 policiais militares. Entre eles estavam  Fábio Roberto e Marcos Túlio.

A Justiça aceitou a denúncia e todos os acusados se tornaram réus. 
Cinco seguiram presos preventivamente e os outros sete foram afastados das funções. 
 
O que diz a SDS 
 
A Secretaria de Defesa Social (SDS) emitiu nota se posicionando sobre o assunto. 
 
Confira a nota na íntegra:
 
"Em resposta às promoções dos oficiais publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira (25), a SDS esclarece que a promoção em questão não foi por mérito ou bravura, mas sim um direito assegurado por lei, desde que o tempo estipulado seja cumprido. O ato cumpriu a estrita observância dos Princípios da Moralidade e da Legalidade, conforme art. 37, da Constituição Federal, já que foram publicados de acordo com o que preconiza a Lei Complementar nº 460/2021, a qual assegura o direito ao militar do Estado, que possuir, nos termos da legislação, tempo de serviço com contribuição e de natureza militar no Estado de Pernambuco.

Importante ressaltar que a referida lei apenas menciona como impedimento o fato do militar estar em cumprimento de pena aplicada por sentença criminal transitada em julgado. E, como os processos em curso, seja na esfera administrativa ou criminal, não foram concluídos ou transitados em julgado, não houve impeditivo legal para os servidores ascenderem em suas patentes militar". 
 
DP

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