Regulação das 'bets' em 2025 deve afetar os patrocínios milionários aos times de futebol; Entenda
Experiência internacional da regulação das bets mostra que regras tendem a reduzir o 'leilão' das empresas de apostas por espaço publicitário no esporte. Na Europa, restrições buscam combater conflito de interesses e influência sobre jovens
A experiência de outros países com a regulamentação de bets, que têm irrigado os cofres dos principais clubes do futebol brasileiro, deve alterar a forma como essas plataformas de apostas esportivas on-line investem por aqui e colocar um certo freio nas cifras generosas que marcaram a disputa delas por espaço publicitário nas últimas temporadas.
Um levantamento do site Bolavip Brasil, de maio deste ano, mostrou que as bets já correspondiam a quatro em cada cinco patrocínios a times da primeira divisão do Brasileirão. Parte delas ocupa o posto máster, aquele de maior destaque no peito dos uniformes dos atletas.
Nesta fase pré-regulamentação, os investimentos delas se deram em
valores bem maiores que os praticadas por marcas de outros setores — e
com maior volatilidade. A experiência de outros países indica que isso
deve mudar.
Um exemplo do que foi essa dinâmica até agora começou a se desenhar em
2022, quando a Pixbet fez uma proposta financeira mais vantajosa e tomou
o lugar da Galera.bet como patrocinadora do futebol masculino do
Corinthians.
Já neste ano, a empresa apresentou uma oferta para renovar o contrato
e manter sua marca estampada na frente da camisa alvinegra. O clube,
porém, havia recebido uma proposta melhor da Vai de Bet, no valor
recorde de R$ 360 milhões, por três temporadas. O contrato foi encerrado
em junho, por decisão da bet, após o uso do dinheiro pelo clube virar
alvo de uma investigação policial.
Regulação das ‘bets’ no Brasil
O Brasil ainda está na fase “rouba-monte” dos investimentos das bets, destacam representantes e analistas do setor ouvidos pelo GLOBO, mas a regulamentação deve baixar a poeira da disputa. Em busca da superexposição proporcionada pelos times, essas empresas estavam até agora dispostas a empenhar montantes elevados para conquistar apostadores.
A regulação traz exigências como o pagamento de outorga pela licença para operar por cinco anos e deve afastar as empresas menos sólidas, reduzindo o número de bets competindo por espaço publicitário no futebol, dizem analistas.— Qualquer mercado regulado passa a ter custos, impostos e deveres. Isso tende a fazer com que a derrama de dinheiro que acontece agora termine. Estava meio rouba-monte. Nos últimos seis meses, isso já diminuiu. Ao mesmo tempo, a regulamentação tende a atrair outros players — diz Ivan Martinho, professor de marketing esportivo do Ibmec.
Por O Globo
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