Olimpíadas 2024 estão oficialmente abertas
Pira olímpica foi acesa pelos atletas franceses Teddy Riner e Marie-José Pérec. (Foto: AFP)
A cerimônia de quase quatro horas foi encerrada com apresentação da canadense Céline Dion.
Com uma inédita cerimônia de abertura, Paris abriu os Jogos Olímpicos nesta sexta-feira (26) em um desfile de atletas pelo rio Sena, sob uma persistente chuva que caía na capital francesa.
Por volta das 19h40 (14h40 em Brasília), um muro de água se abriu sob a
ponte de Austerlitz, liberando o caminho para a embarcação helênica, a
primeira das 85 que vão transportar os cerca de 6.500 participantes no
desfile até o Trocadéro.
Ao longo de quase quatro horas,
as delegações dos países participantes desfilaram em embarcações,
enquanto eram mostradas diversas apresentações enaltecendo a cultura
francesa.
Por fim, a pira olímpica foi acesa pelos atletas franceses Teddy Riner e Marie-José Pérec e a cerimônia teve encerramento com uma apresentação da cantora Céline Dion.
Lady Gaga e Aya Nakamura
"É
uma honra ter recebido o convite do Comitê Organizador dos Jogos
Olímpicos para cantar uma música francesa tão especial, uma música para
homenagear o povo francês e sua incrível história na arte", escreveu a
cantora e atriz em sua conta no X.
Quem também se
apresentou na cerimônia foi Aya Nakamura, a cantora francófona mais
ouvida do planeta, cuja presença no evento foi fortemente criticada pela
extrema-direita francesa. "Que vergonha! A abertura dos Jogos Olímpicos
é um saque à cultura francesa", escreveu no X o porta-voz do
Reagrupamento Nacional (RN), após a apresentação da artista de origem
malinesa.
A cerimônia serviu para homenagear algumas
mulheres francesas nas suas áreas (como Olympe de Gouges, Simone Veil e
Gisèle Halimi), com suas figuras emergindo do fundo do Sena. A catedral
de Notre Dame também teve seu destaque.
Artistas em
uniformes de construção dançaram nos andaimes da catedral, gravemente
danificada por um incêndio ocorrido em 2019 e que deverá ser reaberta no
dia 8 de dezembro, após anos de reformas
Filas nos acessos
A
chuva não foi o único problema sofrido pelos organizadores e pelos
quase 320 mil espectadores presentes no evento (cerca de 200 mil
gratuitos): um incidente informático fez com que alguns dos ingressos
necessários para chegar às margens do Sena fossem cancelados.
Longas
filas se formaram nos acessos e alguns espectadores relataram que foram
necessárias algumas horas para passar dos rígidos controles de
segurança que as autoridades estabeleceram para evitar qualquer
incidente, num país ainda marcado pelos sangrentos ataques jihadistas de
13 de novembro de 2015, que deixaram 130 mortos em Paris
Este
dispositivo de segurança, composto por 45 mil policiais e gendarmes,
soldados e milhares de agentes de segurança privada, além de 2 mil
membros das forças de segurança de vários países aliados da França, não
evitou que a rede ferroviária francesa fosse danificada nas primeiras
horas desta sexta-feira, vítima de um "ataque massivo" que paralisou
grande parte do trânsito na metade norte do país no início do dia.
A companhia ferroviária francesa (SNCF) denunciou "incêndios voluntários que danificaram as instalações".
Ato de 'sabotagem contra os Jogos'
A
ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castera, condenou esta
"sabotagem" contra os "Jogos dos atletas", enquanto seu colega da pasta
de Transportes, Patrice Vergriete, denunciou um "ato criminoso
escandaloso".
Por sua vez, a prefeita de Paris, Anne
Hidalgo, garantiu que "o que aconteceu é inaceitável, mas não terá
impacto na cerimônia desta noite"
A cerimônia, que pela
primeira vez na história dos Jogos Olímpicos foi realizada fora de um
estádio, foi acompanhada por personalidades e até 85 líderes de um mundo
em tensão devido às guerras na Ucrânia e em Gaza.
Imagine
A
ausência mais notável foi a de Vladimir Putin, na sequência da exclusão
da Rússia devido à invasão da Ucrânia. O seu homólogo ucraniano,
Volodimir Zelensky, não estava na lista de convidados.
Um dos momentos mais emocionantes foi quando a cantora Juliette Armanet cantou a música "Imagine", de John Lennon, transformada em um hino à paz.
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