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quarta-feira, 19 de junho de 2024

VIOLÊNCIA

Atlas da Violência 2024: veja as cidades pernambucanas com maior taxa de homicídio por 100 mil habitantes

O município de Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, tem uma taxa de homicídio de 66,9, a cada 100 mil habitantes e o Atlas da Violência destaca que a cidade vive sob domínio da facção Comando Litoral Sul (CLS) (Foto: Rafael Vieira/DP)

 

A pesquisa foi publicada na manhã desta terça-feira (18), e analisa dados do intervalo de 2012 a 2022
 
Onze municípios pernambucanos com mais de 100 mil habitantes estão na lista dos que tiveram a maior taxa de homicídios do Brasil. A informação foi divulgada nesta terça-feira (18) pelo Atlas da Violência 2024, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

De acordo com os números, Pernambuco teve uma taxa estimada de 37,7 homicídios por 100 mil habitantes em seu território, números altos para a média brasileira, e com sua grande parte em municípios pequenos. A pesquisa leva em conta os dados de 2022.
 
No ano de 2022, o estado registrou 3.409 homicídios, 30 casos a menos do que no ano anterior, o que representa uma redução de 0,9%. 

O estudo cita que as facções criminosas especializadas no tráfico de drogas são responsáveis por alavancar os números no estado e se tornam um desafio para a gestão estadual.

“A partir da década de 2010, a disputa mais aguerrida por territórios e pelo controle do corredor internacional de narcotráfico, no Norte e Nordeste, entre as duas maiores facções do país e seus aliados regionais, fez estourar uma guerra intensa nos anos de 2016 e 2017. Nesse período, o número de mortes aumentou sobretudo nos municípios que cortam a região do Alto do Juruá, no Acre, e avançam por toda a rota do Solimões, chegando até as capitais nordestinas, quando a cocaína procedente da Bolívia e Peru é exportada para outros continentes, conforme discutido no Atlas da Violência 2019”, cita um trecho do estudo.
Panorama

O município de Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, tem uma taxa de homicídio de 66,9, a cada 100 mil habitantes e o Atlas da Violência destaca que a cidade vive sob domínio da facção Comando Litoral Sul (CLS).

Além disso, Camaragibe também foi apontada como o 35º lugar entre os mais violentos, sendo dominada pelo PCC. 

Recife figurou como a sexta capital do País com maior taxa de mortes estimada, marcando 44,7 mortes por 100 mil habitantes. Conforme apontado pelo Atlas, a capital convive com uma forte disputa entre facções ligadas ao PCC e ao Comando Vermelho em vários bairros.
 
A segunda maior taxa do estado foi para Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, com 57,4 mortes por 100 mil habitantes. No Agreste, a taxa mais alta foi de Garanhuns 48,4. Na região também se verificam muitas mortes ligadas ao tráfico de drogas, em brigas entre grupos rivais ou de pessoas que devem ao tráfico, pontuou o Atlas.

Municípios pernambucanos no ranking nacional de assassinatos em 2022:

Cabo de Santo Agostinho - 8º lugar; taxa de 66,9 mortes por 100 mil habitantes.
Vitória de Santo Antão - 20º lugar; taxa de 57,4 mortes por 100 mil habitantes.
  • Camaragibe - 35º lugar; taxa de 48,7 mortes por 100 mil habitantes.
  • Garanhuns - 37º lugar; taxa de 48,4 mortes por 100 mil habitantes.
  • Recife - 50º lugar; taxa de 44,7 mortes por 100 mil habitantes.
  • São Lourenço da Mata - 54º lugar; taxa de 44 mortes por 100 habitantes.
  • Petrolina - 73º lugar; taxa de 38,5 mortes por 100 mil habitantes.
  • Jaboatão dos Guararapes - 83º lugar; 36 mortes por 100 mil habitantes.
  • Olinda - 99º lugar; taxa de 34 mortes por 100 mil habitantes
  • Igarassu - 110º lugar; taxa de 30,4 mortes por 100 mil habitantes
  • Paulista - 179º lugar; taxa de 19,6 mortes por 100 mil habitantes
  •  
  • Homicídios não registrados

De acordo com o Atlas da Violência 2024, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes registrada no país em 2022 foi 21,7, mas se considerar também os assassinatos ocultos, ela sobe para 24,5, uma diferença de 2,8 pontos.

Os homicídios ocultos são aqueles que não são registrados pelos órgãos. O levantamento feito pelo Ipea estimou que 5.982 assassinatos não foram contabilizados no Brasil, ou seja, 11,4% do total estimado (52.391).

Os pesquisadores analisaram 131.562 casos de mortes violentas por causa indeterminada entre 2012 e 2022 e constataram que, destas ocorrências, 51.726 são “homicídios ocultos”, ou seja, são provavelmente assassinatos, mas como não são registrados como tal, não entram nas estatísticas.

O Atlas da Violência destaca que, na Bahia, praticamente todos os municípios litorâneos possuíam taxas acima de 47 homicídios estimados por 100 mil habitantes em 2022, mas somente 18 possuíam mais de 100 mil habitantes, praticamente todos com taxas acima da média do estado (38,0). 

Quatro desses municípios estão na Região Metropolitana de Salvador: Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6), Salvador (51,1) e Lauro de Freitas (51,1).

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