Por que o PT perdeu a vice
O PSB tem um projeto, hegemônico, para se manter no Estado, que hoje é sustentado a partir da Prefeitura do Recife. Mexer nessa estrutura, teria dito João, poderia abalar significativamente a relação PSB/PT, com consequências e efeitos graves na aliança construída para a eleição e reeleição do próprio Lula.
Em compensação, o prefeito se comprometeu junto a Lula e Gleisi, caso reeleito, a ampliar o espaço dos petistas na futura gestão, a partir de 2025, e assegurar um espaço político para o PT na futura composição da chapa majoritária nas eleições para governador, vice e duas vagas para o Senado em 2026.
João Campos é candidatíssimo ao Governo do Estado, em oposição à atual gestora Raquel Lyra (PSDB), e essa condição de se desincompatibilizar como prefeito para concorrer e disputar, de forma competitiva, como candidato único da Frente Popular, dependerá, necessariamente, da segurança e confiança pessoal dele, João, sobre quem vai assumir a Prefeitura.
Em tempo: o PT estadual errou na estratégia desde o início do processo pré-eleitoral no Recife, adotando uma tática autofágica, uma briga interna e vaidosa, lançando vários nomes para ter a indicação de vice. Depois, ficou na defensiva, apesar da força política e eleitoral, jogando a legenda para um plano secundário e confortável.
Ficou, na verdade, esperando em berço esplêndido um mimo cair do céu. A vida é feita de escolhas, já ensinou Charles Chaplin. E os resultados são frutos dessas decisões. Que sirva de lição para outras oportunidades no futuro.
SÓ FALTA O NOME
O entendimento de João Campos com Lula foi iniciado numa conversa em Brasília e concluído num jantar no Recife, quando o petista o recebeu junto com a família, no hotel em que se hospedou, em Boa Viagem. Ali, foi batido o martelo, mas falta o prefeito comunicar ainda ao chefe da Nação o nome da sua equipe que será ungido ao cargo de vice, afunilado agora entre a ex-secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, e o ex-chefe de gabinete, Victor Marques.
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