Após dois meses paralisados, professores da UFPE decidem encerrar greve
Docentes decidiram em assembleia o fim da paralisação no dia 3 de julho. Retorno às aulas será a partir do dia 8
Após sessenta e cinco dias paralisados, a categoria de
professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decidiu, nesta
quinta-feira (27), encerrar o movimento grevista.
A
decisão aconteceu após assembleia geral, convocada pela Associação dos
Docentes da UFPE (Adufepe), realizada no auditório do Centro de Ciências
Sociais Aplicadas (CCSA).
Na reunião, a
categoria aprovou, com 963 votos a favor, 427 contra e 45 abstenções, o
encerramento da paralisação, que começou em 22 de abril. Ao todo, 435
professores participaram da votação.
Segundo
a Adufepe, agora, com a decisão de encerrar a greve, na prática, os
docentes retornaram às atividades no dia 3 de julho.
“Mas
o calendário acadêmico pós-paralisação será estabelecido pela Adufepe
junto à Reitoria da UFPE. Os professores definiram ainda que a data de
retorno às aulas será 8 de julho”, reiterou a Adufepe, por meio de
nota.
Durante
a votação, a presidenta da Adufepe, Teresa Lopes, destacou a
participação dos docentes na assembleia que definiu o fim da greve.
“Nós
tivemos muitas conquistas, todas fruto da nossa mobilização. O governo
entendeu que as nossas demandas eram justas. Agora é trabalhar para
readequar o calendário para que não tenhamos mais prejuízos. Precisamos
sentar com a reitoria para definir como será a reposição das aulas. Nós
temos um novo perfil de alunos, com a maioria vindo das cotas. Isso tem
que ser levado em conta”, destacou a dirigente sindical.
De
acordo com a Adufepe, mesmo com zero reajuste este ano, o Governo
Federal anunciou que a categoria terá 9% de reajuste em janeiro de 2025 e
3,5% em maio de 2026.
“Apesar
de a pauta do reajuste salarial não ter sido plenamente atendida, uma
série de outras demandas da categoria foram atendidas. Por exemplo, a
recomposição do orçamento das universidades e a garantia de uma
permanência de qualidade para os estudantes. Outra conquista da greve
foi a revogação da Portaria 983/2020, que aumentava a carga horária dos
profissionais de ensino de institutos federais e colégios de aplicação,
prejudicando as atividades de pesquisa e extensão”, destacou a Adufepe
em nota.
Ainda segundo a entidade, “Mais
ganhos contabilizados são os reajustes em benefícios como auxílio
alimentação, saúde suplementar e creches e as 5.600 bolsas de
permanência para estudantes quilombolas e indígenas, além do anúncio do
PAC das Universidades, que vai destinar R$ 5,5 bilhões para expansão e
criação de novos campi em todo o Brasil, incluindo um em Sertânia”,
acrescentou a Adufepe.
Docentes da UFRPE também decidiram pelo fim da greve
No dia 19 deste mês, professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), do campus Recife, decidiram em assembleia encerrar a greve da categoria, a partir do dia 1º de julho. Foram 69 votos a favor do fim da paralisação, oito votos contrários e uma abstenção.
Por: Wilson Maranhão
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