Decisão do STF sobre maconha gera onda de desinformação; entenda o que muda
Sessão plenária do STF desta terça-feira (25) (foto: Antonio Augusto/SCO/STF)
Porte para consumo próprio continua a ser ato ilícito, mas deixa de ser de natureza criminal; nada muda em relação à criminalização do comércio
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta terça-feira (25), pela
inconstitucionalidade do Artigo 28 da Lei de Drogas, que criminaliza o
porte de maconha para uso pessoal. Por oito votos a três, os ministros
decidiram pela descriminalização, o que gerou uma grande repercussão nas
redes sociais nas últimas horas, inclusive com a disseminação de
notícias falsas sobre a decisão.
Mas o que muda com essa decisão e qual o impacto na Lei de Drogas?
Na
prática, diferente do compartilhado nas redes sociais, o comércio e
consumo dessas substâncias continua ilícito. A diferença agora é que,
caso um usuário seja pego com uma quantidade de drogas para consumo
próprio, ele não será criminalizado.
Pela redação atual
do Artigo 28, é crime “adquirir, guardar, ter em depósito, transportar
ou trazer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar”. A pena nesses casos é
de função educativa, e pode consistir em: advertência sobre os efeitos
das drogas; prestação de serviços à comunidade; e medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo.
A decisão
não legaliza o porte de drogas. O porte, assim como o consumo, continua
sendo ilícito, mas agora se configura como um ilícito administrativo,
não como de natureza criminal.
No entanto, a fixação da
quantidade que diferencia o uso pessoal do tráfico ainda está em
discussão. Outra questão é: que entidade teria o poder para definir esse
teto? Para alguns ministros, o STF. Para outros, o Congresso. E para
Dias Toffoli, que abriu uma nova vertente na discussão, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa discussão, conforme foi
decidido pela Corte, aguarda a reunião de quarta-feira (26) para
continuar.
Correio Braziliense.
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