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sábado, 1 de junho de 2024

CRIME AMBIENTAL

 Mais de 190 toneladas de entulhos foram despejadas no Rio Jiquiá, desmatando área de preservação de mangue no Recife

Foto: Divulgação/PCPE

Além disso, cerca de 30 imóveis foram construídos de forma irregular no manguezal
Mais de 190 toneladas de entulhos foram despejadas no Rio Jiquiá, em área de preservação permanente, no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife. A quantidade é equivalente a uma área de dois campos de futebol. 
 
Além disso, cerca de 30 imóveis foram construídos de forma irregular no manguezal, configurando o aterramento do mangue, agravando o desmatamento do bioma naquela região. 

As informações foram repassadas pela Polícia Civil, que deflagrou a Operação Salve o Mangue, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife (SMAS) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). 

A ação resultou na detenção de dez pessoas suspeitas de participar dos esquemas criminosos que degradam o mangue na região. 

Os detalhes foram repassados em coletiva à imprensa, nesta sexta-feira (31), na sede operacional da Polícia Civil, no bairro da Boa Vista, na área central do Recife. 

As pessoas detidas foram levadas para a Delegacia de Repressão aos Crimes Ambientais (Depoma), onde foram ouvidas e em seguida liberadas. 

Segundo o SMAS, na área de mangue preservada, de um pouco mais de cinco hectares, foi identificado que duas empresas estavam despejando de forma ilegal entulhos e esgotos.

Uma dessas empresas é uma construtora civil, que não teve o nome divulgado. No momento em que a operação foi deflagrada, a construtora foi flagrada despejando materiais de construção às margens do córrego. 

“Há uma verdadeira guerra civil tratada pelo Poder Público contra a violência ambiental, que é a destruição do bioma mangue no Recife", alertou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Oscar Barreto. 

O gestor ainda disse que no local de preservação foram identificados sete viveiros de camarão ilegais, o que também configura o crime ambiental. 

“Identificamos os responsáveis por aquela invasão e as investigações continuam. Todas as atividades eram irregulares. Se a Polícia Civil, juntamente com a prefeitura e o MPPE, não agir, a situação se agrava na degradação do bioma que vinha constantemente desmatado”, destacou o delegado responsável pelas investigações, Ademar Cândido, titular da Delegacia do Meio Ambiente (Depoma). 

O que aconteceu na área
  
A Operação Salve o Mangue foi realizada a partir de denúncia da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife. 
 
Ela contou com o apoio do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Polícia Militar, bombeiros, e Prefeitura do Recife.  

Foram descobertas três edificações em fase de construção.

Apesar da presença de trabalhadores nas obras, não foi possível identificar os responsáveis pelas construções.
 
Os serventes, segundo a Polícia Civil,  não quiseram prestar quaisquer informações. 
 
No local foi observado aterro no mangue, ocupações irregulares com estacas de madeira.
 
A operação conjunta foi uma demanda ministerial quanto às infrações ambientais, de competência da Secretaria de Meio Ambiente.

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