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sábado, 8 de junho de 2024

CASO RODRIGO CARVALHEIRA

Defesa entra com habeas corpus e informa que 1ª audiência de instrução está marcada para julho

Rodrigo Carvalheira segue preso no Cemtro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). em Abreu e Lima, no Grande Recife (Foto: Arquivo )
 

Um dos advogados que representam ele, Wilibrando Albuquerque, espera que Carvalheira seja solto até este sábado (8)
 
A defesa de Rodrigo Carvalheira, 34 anos, réu por crimes sexuais, entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
 
O empresário foi preso pela segunda vez nessa quinta-feira (7). Um dos advogados que representam ele, Wilibrando Albuquerque, espera que Carvalheira seja solto até este sábado (8).
 
A segunda prisão foi solicitada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por causa de uma ligação do empresário para o tio de uma suposta vítima, em dezembro de 2023.
 
Audiência de instrução

Segundo a defesa, no próximo dia 14 de julho, acontecerá a primeira audiência de instrução de um dos três processos contra Carvalheira por estupro de vulnerável. Outros dois foram remetidos na semana passado pela Polícia Civil pernambucana ao MPPE.  

“Dia 14 de julho já tem audiência marcada para o primeiro caso. É o principal processo na nossa avaliação. Na audiência, serão ouvidas as supostas vítimas, testemunhas de defesa e acusação e o réu será interrogado. Depois disso, vem a defesa propriamente dita”, explicou o advogado.
 
Ele acrescentou que a audiência acontecerá na 18ª Vara Criminal do Recife. 

Além de Wilibrando Albuquerque, a defesa do empresário é feita pelos advogados Thiago Guimarães e Dyego Lima.

Horas depois da segunda prisão de Carvalheira, a equipe jurídica do réu emitiu uma nota oficial classificando a detenção do empresário como “absurda”. 
 
"Qual risco? Rodrigo não intimidou absolutamente ninguém. Novamente, reforçamos que, conforme a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, com direitos fundamentais inalienáveis que devem ser respeitados em qualquer circunstância", afirmou.
 
Investigação

Rodrigo Carvalheira foi preso no apartamento da família, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e está no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. 

No dia 31 de maio, a Polícia Civil pernambucana detalhou os cinco inquéritos que investigaram o empresário, de 34 anos, por envolvimento em crimes sexuais contra mulheres. 
 
Em três casos, ele foi indiciado por estupro de vulnerável. Os outros dois prescreveram. Ou seja, o Estado não tem mais como executar punição.
 
Segundo a polícia, Carvalheira teria aproveitado relações de amizade para estuprar as vítimas sob efeito de álcool ou em estado de sonolência. 

A corporação também afirmou que duas das cinco mulheres tinham 16 anos na época. Uma delas teria sofrido a violência sexual no dia do próprio aniversário de 16 anos, em 2009, e a outra, em 2005. Esses dois são os casos que prescreveram.

“A conduta do investigado revelou o mesmo método de ação. Foram feitas várias diligências, algumas sigilosas. A gente constatou que  existiam elementos suficientes para fazer o indiciamento. A gente identificava o estado de vulnerabilidade das vítimas e o elo de confiança que o investigado tinha com elas. O que torna elas mais vulneráveis ainda, pela relação de confiança e retirada de vigilância. Eram relação de amizade prévia. Outras mulheres  que também eram consideradas amigas do investigado perceberam que passaram pela mesma coisa. Essas vítimas levavam um bom tempo para perceber que tinham sido vítimas de um crime”, disse a delegada Jéssica Ramos, titular da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). 

A investigadora ainda disse que “esses fatos são bem diferentes dos casos de estupro que estamos acostumados a ver".
 
Segundo ela, trata-se de uma relação de grupo de amigos, em que a vítima não espera ser abordada de alguma maneira indesejada que está ali convivendo com o agressor.
 
"Aquele pessoal que faz parte do grupo de amigos se surpreende com atitudes de violência sexual. Ficaram evidenciadas tentativas de relações sexuais,  quando as vítimas estavam em  estado de sonolência ou embriagadas, pelo uso de álcool. Então, esse estado em que a pessoa se encontra em sonolência ou embriaguez acaba tornando vulnerável. Ela não consegue optar, de fato, e saber o que   quer ou não quer  deixar acontecer. Algumas vítimas nem se lembram como deixam acontecer as situações. Então, o ponto-chave é que havia sempre essa relação de amizade e confiança. Algumas vítimas tiveram somente a coragem de denunciar anos depois, o que não significa que o crime não deixou de acontecer”, afirmou.
 
Por: Wilson Maranhão 

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