Impune: ‘comissão de ética’ livra chefe da CGU de processo
Sua banca de advocacia defende a empreiteira que "renegociava" leniência com a CGU que ele dirige
A “Comissão de Ética Pública” da Presidência da República arquivou representação de denúncia de conflito de interesse do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques Carvalho.
O escritório de advocacia de Carvalho, que leva suas próprias iniciais, administrado por sua mulher, Marcela Mattiuzzo, presta serviços à Novonor (antiga Odebercht) ao mesmo tempo em que a CGU renegocia acordos de leniência com a empresa, “estrela” da corrupção investigada na Operação Lava Jato,
Segundo a Comissão, “não há evidências suficientes” para abrir uma investigação contra o ministro, muito embora, no mínimo como cônjuge, ele usufrua dos ganhos do escritório de advocacia do qual diz estar afastado.
“Esclarecimentos iniciais prestados. Inocorrência de conflito de interesses”, concluiu o relator do caso, conselheiro Edson Dalescio Sá Teles. O entendimento de Edson foi acompanhado por unanimidade.
Entenda o caso
A Comissão foi acionada pelos deputados Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e pelo senador Rogério Marinho (PL-RN).
Os parlamentares usaram como base para o inquérito uma matéria do jornal O Estado de São Paulo que aponta que o ministro montou o escritório de advocacia VMCA Advogados em 2017.
Em janeiro de 2023, ao assumir o cargo no governo do presidente Lula (PT), Vinicius pediu licença do escritório, que ficou sob comando de sua esposa, Marcela Mattiuzzo, advogada especializada em concorrência.
O caso foi repercutido inclusive pela Transparência Internacional Brasil, uma organização não governamental que atua globalmente no combate à corrupção, apontou um “conflito de interesse” do ministro.
Vinicius alega que não tem união estável com Marcela Mattiuzzo e que se licenciou do escritório que advogava antes de assumir a Controladoria-Geral da União.
Mael Vale
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