Cotada para 2026, Michelle aposta em ‘reversão das injustiças’ contra Bolsonaro
Imagem mostra Michelle Bolsonaro, o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas e o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
(Crédito: GABRIEL SILVA/ATO PRESS)
Presidente do PL Mulher não tem pressa para discutir eleições, mas assegura: 'meu marido será candidato'.
A ex-primeira-dama do Brasil e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, deu declarações ao Diário do Poder para
responder a respeito da vantagem de seu nome sobre veteranos
presidenciáveis no cenário eleitoral para 2026. Ao invés de se projetar
como eventual pré-candidata à presidência da República, Michelle retorna
os holofotes ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Nós acreditamos na reversão das injustiças praticadas contra o meu marido, e ele será o nosso candidato”, enfatizou.
Michelle também fez análise sobre a atua
gestão do Executivo e criticou a seletividade de informações, que em sua
análise, disfarça a inoperância do governo Lula. Para ela, resolver os
problemas do Brasil vem antes da discussão eleitoral sobre 2026.
“Temas importantes como a questão grave
da dengue; o despreparo dos órgãos de governo no atendimento da
tragédia no Rio Grande do Sul; o aumento das queimadas na Amazônia; os
cortes de verbas para saúde e educação; os gastos públicos exagerados e
mal empregados pelo Executivo; a vergonhosa ‘descondenação’ de vários
envolvidos nos casos de corrupção provados pela Lava-Jato e tantos
outros assuntos importantes têm sido abafados para se discutir uma
eleição que só ocorrerá daqui a 28 meses”, ponderou.
Michelle Bolsonaro se firma como
fenômeno eleitoral e liderança política. Ela se mostra também um dos
pilares de sustentação daquele que é considerado o maior partido de
direita do Brasil, o Partido Liberal (PL). A ex-primeira-dama pauta a
imprensa, protagoniza manchetes polêmicas, desperta reações odiosas –
como as críticas frequentes da presidente do Partido dos Trabalhadores,
Gleisi Hoffmann- e os olhares atentos dos players políticos.
Tanta atenção por parte de adversários é
uma tentativa de entender as multidões que se reúnem, organicamente,
por onde Michelle passa e o impulsionamento das filiações ao PL Mulher
em 300% depois que ela assumiu o posto de presidente.
“Ouvindo as mulheres nos estados, fica
claro que elas têm uma grande preocupação com o crescimento dos ataques
aos valores familiares e são contra a liberação das drogas. As mães
estão preocupadas com a disseminação da ideologia de gênero, com o
crescimento da criminalidade e das invasões de terras”, especificou sobre o trabalho à frente da ala feminina do partido.
De acordo com o Instituto Paraná
Pesquisas, em um cenário de disputa com o atual presidente da República,
Lula, Ciro Gomes (PDT), Helder Barbalho (MDB) e Eduardo Leite (PSDB),
Michelle seria a pré-candidata com maior força para derrotar o petista,
com 33,0% das intenções de voto, seguida por Ciro Gomes 10,1%, Eduardo
Leite 3,8%, e Helder Barbalho 1,4 %.
Confira a íntegra da entrevista:
Após o sucesso de filiações ao PL Mulher e as viagens pelo
Brasil, a senhora diria que o eleitorado feminino é muito mais inclinado
à direita? Qual é a sua observação a respeito?
Os nossos Encontros têm como principal objetivo incentivar e
criar condições para uma maior e mais efetiva participação feminina nas
esferas de decisão e de poder. Nós acreditamos que a política, feita com
seriedade e com o olhar feminino, é uma poderosa ferramenta de
transformação da sociedade.
As mulheres tratam dos problemas das pessoas com mais
empatia, com um olhar especial para os impactos humanos das decisões e
isso é muito necessário aos ocupantes de cargos políticos. Já estivemos
em 24 estados do Brasil e percebemos que as mulheres estão ansiosas por
um novo momento no qual elas possam participar mais ativamente das
decisões políticas que influenciarão as suas vidas e a de seus
familiares.
Ouvindo as mulheres nos estados, fica claro que elas têm uma
grande preocupação com o crescimento dos ataques aos valores familiares e
são contra a liberação das drogas. As mães estão preocupadas com a
disseminação da ideologia de gênero, com o crescimento da criminalidade e
das invasões de terras.
O aumento dos preços de bens e serviços, bem como o aumento
abusivo da carga tributária também têm ameaçado a tranquilidade no lar
dessas mulheres. A direita se opõe a todas essas ameaças à família e à
sociedade, e trabalha para impedir que elas avancem. Portanto, posso
dizer que a maioria das mulheres brasileiras sabem que os seus anseios
só serão atendidos por políticos – mulheres e homens de bem
–comprometidos com os valores e com as reais necessidades do povo. E
elas sabem que encontrarão essas pessoas no movimento de Direita criado
pelo Bolsonaro.
2) As últimas pesquisas têm mostrado que a senhora seria
uma forte candidata em 2026 contra o atual presidente do Brasil. Como a
senhora vê essa situação? A senhora será candidata?
Antes de responder a sua pergunta, quero trazer um ponto para
reflexão sobre essa antecipação das discussões a respeito das eleições
de 2026. Eu costumo desconfiar um pouco quando “aquele” pessoal da
imprensa, de maneira coordenada, começa a debater demais algum tema.
Esse assunto é muito polêmico e chama a atenção do povo.
Com isso, outros temas, muito mais urgentes e relevantes
para o cidadão, ficam abafados, passam despercebidos e acabam não sendo
trazidos para a arena de debates. Temas importantes como a questão grave
da dengue; o despreparo dos órgãos de governo no atendimento da
tragédia no Rio Grande do Sul; o aumento das queimadas na Amazônia; os
cortes de verbas para saúde e educação; os gastos públicos exagerados e
mal empregados pelo Executivo; a vergonhosa ‘descondenação’ de vários
envolvidos nos casos de corrupção provados pela Lava-Jato e tantos
outros assuntos importantes têm sido abafados para se discutir uma
eleição que só ocorrerá daqui a 28 meses. Isso não me parece justo para
com o povo.
Existem muitos problemas a serem resolvidos e necessidades
da população a serem atendidas. Esse tempo poderia estar sendo empregado
para divulgar e resolver os problemas atuais e urgentes do povo. E se é
para falar de eleições, o foco deveria estar nas eleições de 2024.
Tendo exposto tudo isso, seria incoerente da minha parte tratar de temas
relacionados à eventuais candidaturas em 2026.
No momento, as minhas ações estão todas voltadas para missão
do PL Mulher que é fortalecer a participação das mulheres de bem na
política, especialmente para 2024. Tenho empregado grande parte do meu
tempo e esforços nesse sentido. As preocupações relativas às eleições de
2026 serão tratadas e solucionadas no seu devido tempo. Até porque, nós
acreditamos na reversão das injustiças praticadas contra o meu marido, e
ele será o nosso candidato.
Deborah Sena