Polícia Militar apura denúncia de importunação sexual de médico contra paciente no Hospital da PM
Um processo administrativo foi instaurado para investigar o caso
A Polícia Militar de Pernambuco instaurou um processo administrativo para investigar uma denúncia de importunação sexual que teria sido praticada por um médico ortopedista contra uma paciente no Centro Médico Hospitalar (CMH) da corporação, no bairro do Derby, área central do Recife.
O caso aconteceu na quinta-feira (4), de acordo com a denunciante. A vítima é uma mulher de 25 anos, identificada como Vanessa Andrade, que publicou um vídeo em suas redes sociais, relatando como o caso aconteceu.
Um dia antes do ocorrido, ela procurou a emergência unidade de saúde porque estava com dor no pulso. Mas não tinha ortopedista. A médica que fez o atendimento colocou uma tala e pediu que ela retornasse no dia seguinte. No dia seguinte, ela procurou o local. O médico teria pedido que ela tirasse a bolsa do colo e colocasse na mesa.
"Estou no Hospital da Polícia Militar e acabei de ser assediada pelo médico. Ele [disse] vem aqui tirar essa tala. Aí, eu me levantei, me virei. Ele pegou, começou a apalpar a minha bunda, me elogiando, dizendo que eu era muito bonita, que eu tinha um corpo muito bonito. Mandando sentar no colo dele", relatou.
Ainda no vídeo, a vítima relata que o médico, identificado somente por Marcelo, perguntou quem era seu marido, em qual batalhão ele trabalhava e há quando tempo ela treinava. O médico, de acordo com Vanessa, chegou a questionar: "Será que você me aguenta nas suas costas?".
"Que nojo de homem assim, que nojo. Eu estou aqui procurando meus direitos. Ele só parou de me assediar porque chegou um senhorzinho de óculos. Eu nunca vi esse médico na minha vida. Isso não se faz", declarou a vítima, em postagem nos stories.
Em entrevista à Folha de Pernambuco, Vanessa disse que o homem também chegou a alisar seu braço e que, após sair da sala nervosa, ligou para o marido e contou para a atendente da recepção o que havia acontecido. Um tumulto foi iniciado, de acordo com ela. "Como o hospital é da Polícia Militar, eles que organizaram tudo e nos encaminharam para a delegacia", afirmou.
Outras possíveis vítimas
Depois da repercussão na internet, Vanessa publicou relatos de outras supostas vítimas de assédio do mesmo médico. Os relatos foram enviados para as redes sociais dela e compartilhados nos stories. Ao todo, cinco pessoas a procuram acusando o profissional de assédio.
Em um áudio, uma mulher diz que o suspeito apalpou seus seios. "Ele desabotoou a blusa que eu estava para me examinar. Peguntou onde era a dor e eu disse que era acima dos seios e ele começou a apalpar meus seios", afirma uma suposta vítima.
Uma outra mulher também fez um relato nas redes sociais de Vanessa. "Eu passei por isso lá no Hospital da Polícia, no Derby. Eu era estudante na época do CPM e tinha ido tirar meu gesso do braço. Ele tirou e depois me chamou para sala ao lado, pediu pra eu entrar, eu fui na inocência e entrei. Ele fechou a porta, me agarrou e tentou me beijar, na hora eu só saí correndo e chorei", escreveu.
Polícia investiga caso
Por meio de nota conjunta, as Polícias Militar e Civil de Pernambuco informaram que PMs do 13º BPM foram acionados para averiguar uma denúncia de importunação sexual no Centro Médico Hospitalar (CMH), no bairro do Derby.
"Uma mulher de 25 anos, acusa um profissional civil, do centro hospitalar. O referido acusado nega os fatos. Os dois envolvidos e uma testemunha foram encaminhados para a Central de Plantões da Capital (Ceplanc) para adoção das medidas legais cabíveis", afirma a nota.
A Polícia Militar instaurou um processo administrativo para investigar as circunstâncias do fato. Já a Polícia Civil destacou que iniciou as investigações, que seguem até o esclarecimento do caso.
Confira nota na íntegra:
"Nesta quinta-feira (04), policiais militares do 13º BPM foram acionados para averiguar uma denúncia de importunação sexual no Centro Médico Hospitalar (CMH), no bairro do Derby.
Na ocorrência, uma mulher de 25 anos, acusa um profissional civil, do centro hospitalar. O referido acusado nega os fatos. Os dois envolvidos, e uma testemunha, foram encaminhados para a Central de Plantões da Capital (Ceplanc) para adoção das medidas legais cabíveis.
A Polícia Civil de Pernambuco iniciou as investigações que seguem até o esclarecimento do caso.
Já a Polícia Militar de Pernambuco instaurou um processo administrativo para investigar as circunstâncias do fato".
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