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terça-feira, 9 de abril de 2024

EDUCAÇÃO

Mais de 136 mil crianças pernambucanas não frequentam creches por causa da dificuldade de acesso, diz pesquisa

No Brasil, 2,3 milhões de crianças não possuem acesso às creches por alguma dificuldade de acesso ao serviço (Foto: Divulgação)


Estados com os maiores percentuais de crianças fora da creche são do Norte e Nordeste

A dificuldade ao acesso a creches deixa pelo menos 136 mil crianças pernambucanas de fora das instituições, ou seja, 25% deste público não frequenta o espaço no estado. Os dados foram revelados pelo Todos Pela Educação, que utiliza informações da Pnad Contínua Educação 2023, pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A creche é a primeira etapa da Educação Básica e é voltada para crianças de 0 a 3 anos. As crianças nesta faixa etária não são obrigadas a estarem matriculadas nesses espaços, mas a oferta de vagas é dever constitucional e um direito das crianças e famílias. De acordo com o estudo, cerca de seis em cada 10 famílias gostariam que seus filhos frequentassem creches, mas apenas quatro são atendidas.

O estudo aponta que “as barreiras de acesso atingem de forma diferente as crianças mais pobres e as mais ricas. Dentre as famílias mais pobres, 28% das crianças não estão nas creches por dificuldade de acesso. Já entre as mais ricas, esse número cai para 7%”.

No Brasil, 2,3 milhões de crianças não possuem acesso às creches por alguma dificuldade de acesso ao serviço. Os estados com os maiores números de crianças fora destes ambientes são: São Paulo (267 mil), Minas Gerais (217 mil), Pará (205 mil), Bahia (204 mil) e Maranhão (137 mil).

Por outro lado, os maiores percentuais de crianças que não frequentam a creche por dificuldade de acesso estão nas regiões Norte e Nordeste do país. Os quatro estados com os maiores índices são: Acre (48%), Roraima (38%), Pará (35%) e Piauí (33%).

“Mais de 2 milhões de crianças fora de creche no Brasil estão nessa condição ou porque não têm creche perto de casa, têm mas falta vaga, ou até mesmo pelo fato de a creche não aceitar a criança por causa da idade. Há algumas unidades que só aceitam crianças a partir dos dois anos, por exemplo. São crianças cujas famílias querem colocar numa creche, desejam o atendimento, mas não conseguem obter do Estado esse direito. Por isso, o número chama muita atenção”, disse o diretor de Políticas Públicas do TPE, Gabriel Corrêa, em entrevista à Agência Brasil.

As famílias alegam que suas crianças estão fora da creche por conta da idade, segundo a pesquisa. Além disso, há dificuldade na matrícula por conta do número de vagas e da distância.

A pesquisa destaca que a “creche tem a função de oferecer mais plenitude à infância, diversificando e aprofundando as primeiras aprendizagens e as interações sociais e, assim, construir uma base sólida e abrangente que prepare os pequenos para a aprendizagem ao longo de toda a vida. Tudo isso além de ser um espaço para que as crianças recebam cuidados e se desenvolvam enquanto seus responsáveis trabalham”.

Por: Adelmo Lucena

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