Delegada Natasha Dolci, gravada em ligação com Rodrigo Carvalheira, é afastada pela SDS
A DRH deve recolher, no prazo de 24 horas, a identificação funcional, armas e utensílios funcionais que se encontrem com a delegada (Foto: Sandy James/DP Foto)
Alvo de Processo Administrativo Disciplinar, Natasha Dolci foi afastada por 120 das suas funções
A delegada Natasha Dolci foi afastada das funções por 120 dias após ter sido flagrada em uma conversa telefônica com o empresário Rodrigo Carvalheira, suspeito de estupros. A decisão do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, está no Boletim Geral da Secretaria de Defesa Social publicado nesta quinta-feira (25).
Na portaria, o secretário considera “que se mostra cabível o afastamento cautelar da Policial Civil, objetivando garantir à ordem pública, à instrução regular do processo disciplinar e à viabilização da correta aplicação de sanções disciplinares, já que recai sobre ela indícios de práticas de atos incompatíveis com as funções públicas”.
O Processo Administrativo Disciplinar Especial foi instaurado no dia 22 de abril. A Diretoria de Recursos Humanos (DRH) deve recolher, no prazo de 24 horas, a identificação funcional, armas e utensílios funcionais que se encontrem com a delegada.
Além disso, a portaria determina “ao Chefe ao qual estiver subordinado a dita Policial que a apresente DRH, enquanto perdurar o presente afastamento cautelar, ficando a referida à disposição e sob a subordinação hierárquica daquela autoridade, devendo comparecer diariamente no setor que lhe for indicado, sendo registrada sua presença, e lá permanecendo durante todo o expediente, nos termos do Art. 14, § 4º, da Lei Estadual nº 11.929/2001, se por outro motivo não estiver impedida para tal.”
A ligação interceptada entre Natasha e Rodrigo é do dia 3 de abril. Ao determinar a prisão preventiva do empresário, em 11 de abril, o juiz José Claudionor da Silva Filho afirmou que “restou comprovado que o investigado Rodrigo Dib Carvalheira está tentando atrapalhar as investigações, conforme diálogo entre o investigado e a Delegada Natasha Dolci”.
No dia em que Rodrigo Carvalheira recebeu liberdade provisória, 17 de abril, a delegada concedeu entrevista ao Diario de Pernambuco e disse que “há uma tentativa de prejudicar Rodrigo politicamente. Eles grampearam o telefone e também existe a questão de me punir mais uma vez, já que, há anos, sofro perseguição dentro da polícia”.
Delegada se pronuncia sobre o afastamento
Procurada ela disse que já esperava ser afastada do cargo. "O foco sempre fui eu. Abriram inquérito contra mim. O próprio juiz não concedeu a suspensão das minhas funções, então, a própria polícia fez por si só. Não passa de perseguição. Basta ler as mensagens com Rodrigo”, afirmou.
A delegada alegou que não cometeu nenhum crime e que não tentou ajudar o amigo no caso. “Não é crime nem infração administrativa ser amiga de alguém investigado (e que inclusive eu acredito na inocência, pois acho que ele também está sendo punido por ter me levado até o governo). Eu sou delegada adjunta de uma delegacia (não toco nenhuma investigação), impossível influir no IP (que era de outra delegacia). Não consigo nem me ajudar na instituição, imagina ajudar ele”, completou.
Natasha ainda disse que apenas chegou a pedir para ser transferida de delegacia. “Agora pedir ajuda para uma lotação, eu pedi pra ele e mais um monte de pessoas pra ficar longe dessa perseguição. Hoje, tô pedindo ajuda pela minha própria segurança pessoal”, finalizou.
Por: Adelmo Lucena
Nenhum comentário:
Postar um comentário