GIF Patrocinador

GIF Patrocinador

sexta-feira, 5 de abril de 2024

CONVERSA PRA BOI DORMIR NA FUGA DOS DETENTOS

Tem boi na linha


História confusa, sem pé e sem cabeça, para ser mais preciso, o desfecho, ontem, depois de 50 dias, da fuga de dois detentos da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Rogério Mendonça e Deibson Nascimento foram encontrados e presos pela Polícia Federal em Marabá, no Pará. A distância do local da prisão até Mossoró dá em torno de 1,6 mil km.

Além deles, foram presos quatro suspeitos que integravam o “comboio do crime”, como definiu o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O grupo seguia em três veículos pela rodovia BR-222 e na altura de Marabá foram cercados em uma ponte por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF). Um fuzil foi apreendido.

Em todo tempo, o próprio governo ficou confuso. No dia 13 de março, por exemplo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, havia chamado de “êxito” da operação por acreditar que a dupla estava perto de Mossoró. “A operação, ao meu juízo, é uma operação que está se desenvolvendo com êxito até o momento. Há fortes indícios que ainda se encontram na região. O fato positivo é que não conseguiram escapar do perímetro original (que foi delimitado)”, afirmou.

Os foragidos acabaram sendo localizados em outro Estado, a quase dois mil km de distância. Que “êxito” seria este que o ministro se referia? Outras questões que o ministro nem o governo explicam: como dois presos escapam de um presídio de segurança máxima revelando tamanha “expertise” sem que algum peixe graúdo tenha acobertado? Como conseguem alcançar 1,6 mil km como andarilhos em apenas 50 dias?

Após a prisão, Lewandowski disse que os fugitivos tinham o objetivo de deixar o País, mas não entrou em detalhes, parecendo apenas uma mera suposição. “Hoje (os fugitivos) acabaram presos a cerca de 1.600 km do local da fuga, o que demonstra que obviamente foram coagidos por criminosos externos e tiveram auxílio de seus comparsas e das organizações criminosas que pertenciam. Foram presos perto de Marabá e estavam se dirigindo para o exterior”, detalhou o ministro.

Tem boi na linha! No dia da fuga, foram relatados problemas de iluminação, com parte das lâmpadas apagadas. O ministro da Justiça chegou a afirmar que os funcionários da penitenciária estavam “mais relaxados” devido ao feriado de carnaval. Além dos erros evidentes, em tudo que o Governo foi questionado, a resposta, quando veio, foi extremamente lenta.

A história da carochinha

Ainda no mesmo dia da fuga, o ministro da Justiça citou como um facilitador a presença de um alicate em um canteiro de obras, alcançado pela dupla de presos e usado para romper a grade do alambrado. Nenhum agente penitenciário flagrou toda a movimentação até a fuga. Os presos escalaram a parede, retiraram a fiação, saíram pelo teto e chegaram a um terraço onde ocorre o banho de sol. Parte das câmeras de vigilância não estavam operando no momento da fuga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário