Crime envolve trama com assédio sexual de menor, vingança e crueldade
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) repassou, nesta quarta (27), detalhes sobre a morte do taxista Nilson Ferreira de Oliveira Filho, de 54 anos, encontrado em uma área de matagal, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife.
O caso, segundo a corporação, teve desdobramentos de uma verdadeira trama envolvendo assédio sexual contra uma garota, vingança e e um assassinato cometido com muita crueldade.
As informações foram repassadas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), após a prisão de três pessoas envolvidas na morte do taxista, sendo eles, dois homens e uma mulher.
O caso foi detalhada pelo delgado Sérgio Ricardo, do DHPP (Foto: Wilson Maranhão/DP ) |
Segundo a polícia, a vítima foi morta por um casal. A filha da mulher, uma adolescente de 14 anos, estaria sendo assediada e ameaçada de morte pelo taxista.
A menor já foi ouvida informalmente pelos investigadores e confessou que sofria o assédio.
O taxista pedia que a adolescente mandasse fotos íntimas e, ainda, compartilhava imagens de conteúdo sexual com a menor.
Isso, segundo a polícia, teria motivado a mãe e o padrasto da adolescente a matar a vítima.
O crime ainda teve a participação do vizinho do casal, que ajudou a matar a vítima e ocultar o cadáver, que foi encontrado em estado de decomposição, no último domingo (24), em uma ribanceira que fica às margens da BR - 101, bem próximo da casa onde o casal mora e onde o taxista foi morto.
Todos os três foram presos na terça (26), nas proximidades do local do crime, que fica na Rua Porto Nacional, no Ibura. Eles foram levados à sede do DHPP, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, onde o casal confessou o crime. Os nomes não foram divulgados a pedido da polícia para preservar a identidade da adolescente.
Antes de ser assassinado a golpes de marreta de ferro, a vítima foi brutalmente espancada e amarrada com lençóis.
Segundo a polícia, o taxista foi jogado, ainda vivo e agonizando, na ribanceira, que fica acima da residência
Por: Wilson Maranhão
Após jogar o corpo do taxista, o trio ocultou o cadáver dele escondendo por trás de dois sofás e entulhos.
O taxista morreu em decorrência do espancamento, mas, principalmente, pelos golpes de marreta na região da nuca.
Trama
Segundo o delegado Sérgio Ricardo, coordenador da Força-Tarefa do DHPP, que foi responsável pelas investigações, a adolescente confidenciou, de forma informal, que Nilson a assediava havia cerca de cinco meses.
Segundo a menor, eles se conheceram após o taxista realizar uma corrida onde levou ela e uma outra adolescente, de 12 anos, de uma festa para casa.
Foi daí, segundo o investigador, que Nilson rastreou o contato da adolescente filha do casal e começou a assediá-la.
“Ela, em depoimento informal, confessou que estava sendo assediada e ameaçada pelo taxista. Os dois tinham contato por vídeo chamada. A menina não teria confessado à mãe e ao padrasto sobre o assédio e a mãe descobriu tempos depois. O celular dela (adolescente) foi apreendido e ele nos entregou a senha. Ele será periciado e, assim, vamos investigar para comprovar as informações prestadas por ela”, destacou o delegado Sérgio Ricardo, acrescentando que as investigações spbre o caso continuam até o total esclarecimentos dos fatos.
A polícia repassou detalhes sobre o caso, nesta quarta (27), em coletiva à imprensa (Foto: Wilson Maranhão/DP ) |
Ainda segundo ele, o táxi utilizado por Nilson, após o assassinato, foi vendido pelo padrasto da adolescente para um homem desconhecido que é da cidade de Glória do Goitá, na Zona Mata Sul do Estado.
Ele pretendia adquirir o automóvel pelo valor de R$ 4 mil. Porém, o carro foi achado abandonado na cidade de Igarassu, no Grande Recife.
Além disso, o padrasto trocou o celular do taxista por pedras de crack.
O trio preso já tem passagem pela polícia, inclusive, o vizinho que participou do crime tem histórico de homicídios e tráfico de drogas e o padrasto da menor tem mandado de prisão em aberto por quebra de tornozeleira eletrônica e fuga de presídio,
No trio, durante depoimento à polícia, apenas o padrasto confessou o crime e a mãe permaneceu em silêncio.
Já o vizinho negou envolvimento na morte do taxista, porém a polícia já tem a materialidade de provas que o imputa no assassinato.
Após a prisão dos trio, eles serão encaminhados para audiência de custódia, onde ficarão à disposição da Justiça.
Por: Wilson Maranhão
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