ESCULTURAS DE FRANCISCO BRENNAND

Parque das Esculturas de Francisco Brennand é reinaugurado no Recife após sofrer com ações de vandalismo

O espaço foi inaugurado no ano de 2000 para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil (Foto: Priscila Melo/DP )

A cerimônia de inauguração contou com a presença de parentes de Francisco Brennand e do artista Jobson Figueirêdo

O Parque das Esculturas Francisco Brennand, no bairro de Brasília Teimosa, no Recife, foi reinaugurado na tarde desta quinta-feira (21) após ser alvo de diversas ações revitalização. A reinauguração do museu a céu aberto contou com a presença de familiares do artista, do presidente do Instituto Francisco Brennand, Marcos Batista, e também do prefeito João Campos.

A reestruturação das obras foi feita por Jobson Figueirêdo, artista plástico e coautor do parque. Entre as peças restauradas estão os pelicanos, ovos, serpentes e a Coluna de Cristal. Ao todo, a Prefeitura do Recife investiu R$ 9,5 milhões para concluir o serviço.

"Vencemos todas as etapas e conseguimos refazer a nossa identidade. Falar nesse cartão postal é falar do Brennand eterno. Nós estamos falando da nossa cultura que tem que ser eterna, que tem que ser respeitada, da nossa identidade como cidadão. Nós estamos recompondo, estamos validando, estamos respeitando não só a memória de todos os artistas, mas do nosso povo e defendendo o nosso turismo para o Brasil", afirmou Jobson Figueirêdo. 

A reinauguração do parque foi adiada diversas vezes desde 2022 por conta dos trâmites com os órgãos de patrimônio, como Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC).

O museu a céu aberto, que é um dos principais cartões postais da capital, tem obras em cerâmica e bronze, distribuídas numa área com cerca de 6 mil metros quadrados. Uma das principais obras do local é a Coluna de Cristal, com 32 metros de altura, do artista Francisco Brennand. 

O espaço foi inaugurado no ano de 2000 para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Nos últimos anos, as ações de vândalos deixaram o museu degradado, com peças incompletas e outras inexistentes. O espaço teve 64 das suas 90 obras furtadas até 2021 e foram vendidas para ferros-velhos, causando um prejuízo cultural inestimável.

Para evitar que este cenário volte a se repetir, a Prefeitura do Recife tomou algumas medidas para garantir a segurança no local.

"A gente tem uma iluminação permanente que não existia, tem uma iluminação que vem do Marco Zero, tem o pier que ficava junto da Torre de Cristais e agora está na entrada, então você só chega de barco passando pela portaria. Antes tinha um acesso liberado de carro até aqui, agora não tem mais. Inclusive, os maiores furtos foram feitos utilizando embarcação e veículo. Tem um sistema de videomonitoramento de toda essa área feito com o controle de escuridão da prefeitura. E a gente tem segurança o tempo inteiro aqui. Existe uma equipe de segurança permanente nessa área. A gente fez tudo isso, mas a gente pede a ajuda das pessoas para cuidar do patrimônio público", ressaltou o prefeito João Campos.

A reestruturação do museu faz parte do programa Recentro, que prevê a manutenção, intervenções físicas estruturantes e desenvolvimentos de processos sociais e culturais para transformar o centro da cidade. 

A preservação do parque foi aguardada por amantes da cultura pernambucana e, principalmente, pela família de Francisco Brennand, que marcou presença na reinauguração. 

“O papai costumava dizer, ou disse certas vezes, que sem memória nós não somos nada. Desaparecemos. Então, sem isso aqui, história é memória, na verdade. Então, sem isso aqui Recife não é Recife. Sem Brennand, Recife não é o mesmo. Então, muito obrigada à prefeitura, a todas as pessoas que tiveram por trás do projeto”, destacou a filha de Francisco Brennand, Helena Viktoria.

 

O parque funcionará de terça a sexta, das 10h às 17h, e sábado e domingo das 9h às 18h, com acesso gratuito. A chegada ao local deve ser feita, preferencialmente, pelo rio Capibaribe, através de catamarã ou pelo serviço de barqueiros que realizam a travessia do Marco Zero até o espaço. 

Por: Adelmo Lucena