Preços das verduras sobem no Recife e afetam consumidores
O aumento dos preços dos alimentos, principalmente das frutas e hortaliça é reflexo de fatores como a entressafra da grande maioria dos hortifrutis, que ocorre no primeiro semestre do ano (Foto: Rafael Viera /DP)
Mudanças climáticas e aumento dos custos de produção são responsáveis pela alta no valor dos alimentos
O aumento no preço dos alimentos seguem pesando no bolso do consumidor recifense. De acordo com o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA -15), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Recife registrou alta de 0,46% nos produtos e serviços em março deste ano. O grande responsável por esse aumento foi o grupo de Alimentação e Bebidas que subiu 1,31% neste mês.
Em um comparativo anual realizado pelo Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE) neste mês de março, as hortaliças que mais tiveram alta, em relação aos preços apresentados no mesmo período em 2023, foram chuchu (566,67%), coentro (340%), cebolinha (233,33%), alface (212,50%), tomate (183,33%), abóbora (175%), pimentão (144,44%) e a cebola (114,29%).
De acordo como chefe Informação de Mercado Agrícola do Ceasa/PE, Marcos Barros, o aumento dos preços dos alimentos, principalmente das frutas e hortaliça é reflexo de fatores como a entressafra da grande maioria dos hortifrutis, que ocorre no primeiro semestre do ano. "Além disso, os problemas climáticos severos como as altas temperaturas no nordeste, também provocam perdas na qualidade e na produção dos alimentos", explica o técnico.
Segundo o vendedor de verduras e legumes da feira do Cais de Santa Rita, Isaac Bezerra, o preço do coentro foi um dos que mais subiram nos últimos dias. "Antes se comprava o molho de coentro por R$ 40, hoje mesmo essa quantidade deu R$ 200", disse. O feirante ainda comentou que a safra da época influencia bastante no preços dos produtos, que pode variar muito dependendo da época dessa produção.
Rosali de Lima, profissional autônoma da área de alimentação, comenta que o encarecimento desses produtos começaram a afetar também no preço das refeições que serve em seu estabelecimento comercial. "Eu tive que aumentar os valores também, o que tinha de R$ 12 eu já aumentei para R$ 15 e alguns clientes estão questionando, mas tem que ser assim. Está tudo muito caro", relata.
O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, explica que as mudanças climáticas e o efeito sazonal com temperaturas mais quentes entre janeiro e fevereiro são os principais responsáveis pelo aumento dos valores. "Outro ponto que podemos perceber é o efeito do El niño que vai deixar o clima mais seco aqui na região nordeste, atrapalhando muitas safras desses tipos de produtos. E por último, temos o custo do transporte com os produtos que chegam de outras regiões do país, onde o valor do frente também é repassado para o consumidor final", destaca.
Por: Thatiany Lucena
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