Sem o plim-plim, Túlio resiste?
Tão logo foi confirmada, ontem, a saída da jornalista e apresentadora Fátima Bernardes, da TV Globo, após 37 anos, observadores da cena política estadual passaram imediatamente a vincular o episódio com as eleições municipais. Isto porque o namorado dela, deputado federal Túlio Gadelha (Rede), ensaia novamente uma pré-candidatura a prefeito do Recife.
Sem a amada na mídia nacional, certamente algum impacto ocorreria com a já difícil postulação do parlamentar. Isso porque a Rede Sustentabilidade compõe uma federação partidária com o PSOL, que possui maioria no diretório e já escolheu que o nome a ser lançado para a Prefeitura será o da deputada estadual Dani Portela (PSOL).
Gadelha luta nos bastidores para reverter a decisão, tendo, inclusive, marcando um ato político com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, líder nacional da Rede, para o próximo sábado, no Recife, com a intenção de dar o start da sua pré-campanha na capital pernambucana.
No entanto, a chance de reverter o quadro é ínfima, o que seria um segundo revés às suas pretensões. Há quatro anos, Túlio chorou quando sua candidatura foi negada pelo presidente nacional do PDT, o hoje ministro Carlos Lupi. Na época, era um deputado de primeiro mandato, que havia chegado ao Congresso Nacional com 75 mil votos, números constantemente atribuídos por analistas políticos, nos bastidores, ao namoro com a global.
Túlio sempre teve milhões de seguidores nas redes sociais, algo raro para políticos de Pernambuco com mais história que ele e até com cargos majoritários. Em 2022, Túlio conseguiu a façanha de quase dobrar de votação, atingindo 134 mil eleitores e deixando a candidata favorita do PSOL, Robeyonce, como suplente, apesar dos 80 mil votos.
Além disso, Túlio deseja ser o candidato do Palácio, numa federação que tem Dani Portela justamente como líder da oposição à governadora Raquel Lira (PSDB). Pernambuco já viu movimentações políticas muito mais bem articuladas e pensadas do que se apresenta a disputa interna na federação. E agora com um trunfo a menos para o candidato, que já seria preterido.
Legitimidade
Ao ser informado que Dani Portela não abre mão da sua pré-candidatura no Recife, Gadelha reagiu assim: “Fico surpreso, porque a federação sequer foi constituída para as eleições municipais. O Psol não pode falar pela federação. Além disso, os dois partidos (Psol e Rede) têm legitimidade para lançar suas pré-candidaturas até o período de convenção eleitoral, quando se decidirá o candidato. Espero que possamos construir métodos para discutir o projeto que nós defenderemos para a cidade e o nome também”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário