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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

NADOU PELA SOBREVIVÊNCIA

Pescador cai de barco e nada por mais de três horas para voltar à costa: ''Foi Deus que me empurrou'''

O pescador caiu após uma onda atingir o barco (Foto: Arquivo Pessoal )


Neste final de semana, o pescador passou por um drama que quase custou a sua vida. Ele precisou nadar por mais de três horas no mar até chegar na costa de Candeias

“Acredito que foi Deus que me empurrou para a beira da praia. Pensei em desanimar, mas foi Deus que me deu forças para continuar nadando por três horas”. 

Esse foi o desabafo do pescador Nícolas Teixeira, de 39 anos, que sobreviveu depois de nadar por mais de três horas após sofrer acidente e ficar à deriva na costa litorânea de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, no sábado (24).

Nícolas trabalha com a distribuição de combustíveis, mas aos finais de semana assume a profissão de pescador com a especialidade de pesca submarina à nado. 

Neste final de semana, o pescador passou por um drama que quase custou a sua vida. Ele precisou nadar por mais de três horas no mar até chegar na costa de Candeias após cair da embarcação em que estava sozinho, no momento em que pescava. O percurso foi de aproximadamente 2 km, uma vez que Nícolas precisou nadar da altura de Piedade até Candeias.

“Foi um peixe bem pequeno. Não teria condições nenhum dele me derrubar. Foi um vacilo meu, ao me desequilibrar da embarcação. Uma marola forte atingiu a lateral do barco e consequentemente acabei caindo no mar”, disse aos risos de alívio o pescador. O peixe capturado é da espécie Serra, de aproximadamente dois quilos e porte médio. 

Como foi

Segundo Nícolas, tudo aconteceu por volta das 11h do sábado, quando ele saiu de sua residência, no bairro de Candeias, e se dirigiu até a Orla de Piedade para pescar, no trecho que fica próximo ao Sesc de Piedade. 

Lá, ele estava a cerca de um pouco mais de uma milha náutica (cerca de 1,8 km) quando o incidente aconteceu. 

“Não costumo ir pescar sozinho, mas nesse dia eu tive a indisplicência de ir. Faço pesca submarina e tenho experiência em alto mar. Mas, no momento em que eu pescava um peixe Serra, quando eu o coloquei pra dentro do barco, veio uma marola (onda) forte e atingiu a lateral da embarcação, no qual eu perdi o equilíbrio e caí. Daí fiquei preso na roupa de mergulho, que tem um suspensório que me prendia a embarcação. Só que com a maré alta e agitada, fui cada vez mais me afastando do barco, por mais de 30 metros. Daí tomei a decisão de cortar a suspensória e tentar retornar para a embarcação nadando. Mas, a cada braçada, o mar me afastava cada vez mais do meu objetivo”, narrou Nícolas. 
Foi daí, que segundo o pescador, ele teve que tomar uma difícil decisão em meio ao desespero de estar à deriva: nadar até a costa e fugir da rota dos tubarões. 

“Enquanto eu estava à deriva, tive que raciocinar em segundos qual estratégia tomaria. Isso porque, como me afastei muito do barco e não havia sinal de outras embarcações por perto, tomei a decisão de nadar até a costa. Porém, naquela área de Piedade eu sabia que eu poderia correr o risco de nadar em direção ao local onde há perigo de ataques de tubarão. Daí, decidi então nadar no sentido contrário, para Candeias”, explicou o pescador. 

Nícolas disse que nadou por mais de três horas sem parar e que durante o trajeto temia por sofre um possível ataque de tubarão. 

“Pensava em todo o momento em me arriscar e ir de encontro a tubarão. Daí seria um verdadeiro desastre. Até tomei o cuidado de nadar com braçadas longas, sem mexer muito as pernas, para não chamar a atenção de tubarões. Em alguns momentos me desanimei, mas foi Deus que me deu forças pra continuar e a minha esposa que me fez voltar para casa salvo”, destacou o pescador. 

A embarcação em que Nícolas estava foi achada pelo Corpo de Bombeiros (CBMPE) em alto mar, já na divisa entre Piedade e Boa Viagem, a mais de três quilômetros onde o rapaz nadou até chegar na costa de Candeias. 

Apesar do susto, ele conta que não ficou traumatizado e que já se prepara para as próximas “aventuras” no mar. 

“A minha vida é no mar. Sou um apaixonado pelo o que faço. Passo a semana toda trabalhando como distribuidor de combustíveis e quando chega o final de semana já estou com o pensamento em sair para pescar e mergulhar. Hoje estou tranquilo, mas ciente do perigo que passei”, enfatizou Nícolas.


Por: Wilson Maranhão

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