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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

CASO TABATINGA

 Comandante do 20º BPM é afastado após sequência de assassinatos em Camaragibe

O caso aconteceu nos dias 14 e 15 de setembro, resultando na morte de nove pessoas (Foto: Reprodução/Redes Sociais )


O afastamento do comandante ocorreu após ordem judicial a pedido do Ministério Público de Pernambuco
Mais um caso envolvendo mortes em operações policiais provocou mais uma queda de comando na Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).  Desta vez, a sequência de assassinatos no bairro de Tabatinga, em Camaragibe, no Grande Recife, em setembro deste ano, resultou no afastamento do comandante do 20º BPM.

O afastamento ocorreu por ordem judicial deferida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que, além do tenente-coronel Fábio Roberto Rufino da Silva, denunciou e solicitou a aplicação de medidas cautelares a outros seis PMs apontados por envolvimento no caso. 

O afastamento foi confirmado pela PM nesta segunda (18). O comandante é investigado pelo procedimento interno da corporação - além de outros procedimentos investigativos, um deles na Polícia Civil e outro na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social -, que apura os assassinatos em série em Tabatinga. Ao todo foram nove mortes.

No último dia 14, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) deflagrou operação “Sobeijo”, que resultou na prisão de cinco PMs envolvidos no caso. Todos eles foram presos e encaminhados para o Grupo de Operações Especiais (GOE), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da capital. 
lém dos mandados de prisões, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão que resultou a apreensão de armas e mucicões  (Foto: Divulgação/PCPE)
lém dos mandados de prisões, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão que resultou a apreensão de armas e mucicões (Foto: Divulgação/PCPE)

Durante a operação também foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. Todos tinham relação com os PMs envolvidos no caso.


Entenda o caso

Dois policiais militares que atuaram na ocorrência em Camaragibe nos dias 14 e 15 de setembro prestaram depoimento no Grupo de Operações Especiais (GOE), no Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, na última terça-feira (26).

A Polícia Civil informou que os policiais foram acionados para prestar assistência ao cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos, e ao soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, que morreram após serem baleados.

O principal suspeito de matar os policiais é Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, que foi morto no mesmo dia durante uma troca de tiros com a polícia.
 
Três irmãos do suspeito foram mortos por dois homens encapuzados no dia 15 de setembro. No mesmo dia, a esposa e a mãe de Alex foram encontradas mortas em um canavial, em Paudalho, na Zona da Mata Norte.

Uma grávida, identificada como  Ana Letícia Carias da Silva, de 19 anos, foi usada como escudo humano também foi atingida por disparos e faleceu quase um mês após os fatos, no Imip, no bairro dos Coelhos, na área Central do Recife, no qual estava sendo tratada clinicamente, no entanto, não resistiu aos ferimentos. 

O que diz a PM
 
Procurada pela reportagem do Diario, a PM por meio de nota disse que “cumprirá recomendação do Ministério Público e afastará o comando do 20º BPM como medida cautelar para a condução do processo administrativo de forma transparente e garantir os direitos fundamentais dos envolvidos”.

O que diz a defesa dos PMs 

No último dia 14, durante a deflagração da Operação Sobeijo, o advogado da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Eduardo Morais disse que ainda não teve acesso aos autos e que a associação trabalhará para provar a inocência dos policiais.  

“Não conhecemos o que está no teor. A associação entende que todos são inocentes e a vamos provar. Na verdade, o que se entende é que o GOE não sabe qual a participação deles no caso. Não tinha necessidade destas prisões, porque a intenção de todos é colaborar com as apurações. A policial presa já pagou fiança e está sendo liberada. Todos eles afirmam que não têm participação no caso. A gente precisa ter acesso aos autos para refutar essas investigações”, ressaltou o advogado. 

Outro comandante foi afastado 

No dia 22 de novembro, a PM anunciava que o tenente-coronel Wambergson Correia Melo, que era comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi afastado do comando do destacamento, onde estão lotados os PMs suspeitos de invadir a casa na Comunidade do Detran, na Iputinga, na Zona Oeste do Recife, que resultou na morte de dois homens.

O caso aconteceu no dia 20 de novembro. Nove policiais militares foram detidos por envolvimento na operação que resultou nas mortes de Rhaldney Fernandes da Silva Caluete, de 31 anos, e Bruno Henrique Vicente da Silva, de 28 anos. 

No dia 22 do mesmo mês, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva de  seis dos nove policiais militares envolvidos no caso. 

Os outros três PMs envolvidos tiveram a liberdade provisória decretada e responderão à medidas cautelares, de acordo com o Judiciário.

De acordo com o TJPE, Carlos Alberto de Amorim Júnior, Ítalo José de Lucena Souza, Josias Andrade Silva Júnior, Brunno Matteus Berto Lacerda, Rafael de Alencar Sampaio e Lucas de Almeida Freire Albuquerque Oliveira tiveram as prisões em flagrante convertidas em prisões preventivas  

Todos os seis estão recolhidos no Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), onde estão à disposição da Justiça. 

Os outros três PMs presos em flagrante vão responder em liberdade, mas com a aplicação de medidas cautelares. Eles não estavam dentro da casa no momento dos tiros. 

Como foi

A operação começou por volta das 19h30 do dia 20 de novembro. O alvo seria um homem conhecido como ''gerente'' do tráfico de drogas na Comunidade do Detran, na Iputinga. Os PMs entraram em uma casa, onde estavam os dois suspeitos. Imagens divulgadas em redes sociais mostram parte dessa operação.  

Primeiro, foram retiradas mulheres e crianças da residência. Os dois homens baleados ainda foram socorridos pela PM e levados para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, na mesma região, mas não resistiram aos ferimentos. 

O caso foi registrado como duplo homicídio ''decorrente de operação policial''. 
O caso aconteceu no dia 20 de novembro, na Comunidade do Detran, na Iputinga, resultando na morte de dois homens  (Foto: Reprodução/Redes Sociais )
O caso aconteceu no dia 20 de novembro, na Comunidade do Detran, na Iputinga, resultando na morte de dois homens (Foto: Reprodução/Redes Sociais )

A Polícia Militar informa que cumprirá recomendação do Ministério Público e afastará o comando do 20º BPM como medida cautelar para a condução do processo administrativo de forma transparente e garantir os direitos fundamentais dos envolvidos.

O afastamento cautelar ocorreu, na semana passada, a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Outros seis PMs também foram afastados dos cargos que ocupavam, mas os nomes não foram divulgados. 

As investigações apontam que a chacina de membros de uma mesma família ocorreu por vingança após o soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e o cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos, serem mortos a tiros durante uma abordagem, na noite de 14 de setembro. 

Por meio de nota, o MPPE afirmou que a aplicação de medidas cautelares (os afastamentos) são necessárias devido às “condutas que (os PMs) tiveram durante a perpetração dos crimes e pela posição funcional que ocupam, que podem influenciar na continuidade da investigação".

Os afastamentos ocorreram no mesmo dia em que a Polícia Civil deflagrou operação para prender cinco PMs (três cabos e dois soldados) e cumprir 20 mandados de busca e apreensão. Tudo relacionado ao caso. 

A operação, denominada Sobejo, foi liderada pelo GOE e contou com apoio da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS). A Polícia Civil informou que, por enquanto, não iria passar outras informações sobre a operação.

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