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quinta-feira, 23 de novembro de 2023

CHEIRO DE FALCATRUA

Presidente da milionária ISA é consultor da própria ONG

Presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli. (Foto: Agência Senado)


CPI das ONGs investiga relação do Instituto com o governo Lula


A CPI das ONGs ouviu nessa quarta-feira (22) o presidente do Instituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli. O dirigente da instituição respondeu aos senadores sobre as denúncias de irregularidades na organização, envolvendo o recebimento de R$ 137 milhões em recursos públicos e estrangeiros nos últimos dois anos, além de falhas na prestação de contas e manipulação e exploração de indígenas.

Em meio às investigações, o Ministério do Meio do Ambiente, comandado por Marina Silva, ‘selecionou’ o ISA para projeto de recuperação ambiental na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.

Um dos momentos mais controversos da oitiva de Santili foi a resposta ao relator da Comissão, senador Márcio Bittar (União-AC), sobre empresa da qual é proprietário.

“Sou sócio de uma empresa de consultoria ambiental que presta serviços ao ISA”, assumiu com naturalidade.

Santilli afirmou aos senadores que não vê conflito de interesses nas  relações com o atual governo e no seu envolvimento direto em prestações de serviços ao Instituto.

A Comissão, presidida pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) quer confrontar as respostas dadas pelo presidente do ISA com a ‘versão’ de membros do governo que mantém relação de proximidade com o Instituto, mas, até o momento, as ministras Sonia Guajajara (Povos indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente) declinaram do comparecimento ao colegiado.

Confira os fatos controversos elencados pela CPI a respeito do ISA:

1)Exploração e manipulação de indígenas em São Gabriel da Cachoeira. 

Em uma diligência externa da CPI em Pari Cachoeira, em 31 de agosto, indígenas disseram não ver nenhum resultado efetivo dos recursos milionários que o ISA recebe. Também afirmaram não conhecer as consultas que o instituto diz ter feito para realizar ações em nome deles. Na mesma oportunidade, moradores de diversas comunidades relataram que a ONG lucra com produtos indígenas sem nenhum retorno para as comunidades.

2) Marcelo Norkey Duarte, conselheiro da área de proteção ambiental (APA) Triunfo do Xingu (PA), em depoimento à CPI no dia 04 de julho, afirmou que o ISA elaborou estudos técnico-científicos duvidosos para viabilizar sete unidades de conservação na floresta amazônica;

3) O antropólogo Edward Luz, em 29 de agosto, mostrou documentos revelando que o ISA recebeu U$ 20 milhões da ONG americana Gordon & Betty Moore Foundation. Esse financiamento começou em 2004, ligado ao objetivo de aumentar em 1 milhão de hectares as terras indígenas no Rio Negro. Ele também denunciou manipulação no processo demarcatório de terras indígenas;

4) O ISA também foi acusado por praticar exploração e tirar a autonomia de indígenas, nos depoimentos de Alberto Góes, indígena Ianomâmi, Armindo Tenório Pena, Jocimara Brandão, Graciano Aedzane Pronhopa, entre outros.

Deborah Sena

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