Quadrilha de tráfico de drogas que movimentou quase R$ 500 milhões é desarticulada por megaoperação
Operação Efeito do Helicóptero é considerada um a das maiores já realizadas pela Polícia Civil de Pernambuco
Uma mega operação deflagrada por forças de segurança no combate ao crime organizado em Pernambuco desarticulou uma das maiores quadrilhas de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas no Brasil, que movimentou quase R$ 500 milhões, em dois anos.
A Operação Efeito Helicóptero é também considerada pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), uma das maiores da história da corporação.
Ela envolveu 340 agentes e teve atuação em 20 estados. Desse total, 14 unidades da Federação tiveram alvos diretos de mandados de prisão e busca e apreensão.
Essa informação foi repassada pelas Polícias Civil e Federal em Pernambuco, durante o detalhamento da Operação Efeito Helicóptero, deflagrada nesta quarta (25).
Além disso, a organização criminosa realizou transferências financeiras por meio de criptomoedas e usou empresas para lavar o dinheiro.
De acordo com a corporação, 25 empresas estão na mira das investigações. Duas delas já foram identificadas como parte da organização criminosa. A polícia, no entanto,. Não divulgou os nomes delas.
A operação desta quarta (25), foi a primeira deflagrada pela Força Integrada ao Combate do Crime Organizado (Ficco), que une as polícias Civil, Federal, Rodoviária Federal, e as forças do sistema penitenciário do estado e federal, por meio da logística do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Balanço parcial
Maços de dinheiro foram apreendidos na operação (Foto: Polícia Civil/Divulgação) |
Até a última atualização desta reportagem, às 14h, o balanço parcial da operação contabilizava 49 prisões. Deste total, 44 aconteceram em Pernambuco e outras cinco em outros estados.
Além disso, 3.956 munições de fuzil foram apreendidas. Os agentes também encontraram R$ 31 mil com um dos suspeitos presos.
Houve também apreensão de 23 quilos de cocaína, além de quantidade (ainda não informada) de maconha. Foram recolhidos pedras preciosas e veículos de luxo.
Além de Pernambuco, outros 13 estados foram alvos da operação. Ao todo, eram 140 investigados.
Drogas foram apreendidas durante ação (Foto: Polícia Civil/Divulgação ) |
Foram expedidos 66 mandados de prisão expedidos pela 5º Vara Criminal do Recife (nos quais 49 já foram cumpridos) e 84 mandados de busca e apreensão expedidos.
A previsão é que o balanço total da operação seja divulgado na quinta (26).
Dos 44 presos em Pernambuco, 17 deles já estão cumprindo pena em unidades prisionais do estado, como: a Penitenciária de Igarassu (PIG), no Grande Recife, o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, a Penitenciária de Limoeiro, no Agreste do estado, e entre outras.
Avaliação
Segundo o delegado responsável pelas investigações, José Custódio, os líderes da quadrilha são justamente os presos que já estão recolhidos no sistema prisional do estado.
“Os líderes são justamente eles. Observamos durante o curso das investigações que a maioria das movimentações financeiras partiu de dentro dos presídios. Os criminosos se comunicavam via Whatsapp e prestavam contas entre eles, com o compartilhamento de extratos bancários. Identificamos que milhões em movimentações foram feitas de dentro das unidades prisionais”, destacou o investigador.
Investigação
Delegados concederam entrevista coletiva sobre megaoperação (Foto: Rafael Vieira/DP) |
De acordo com o delegado José Custódio, as investigações tiveram início em outubro de 2022, quando um suspeito de tráfico de cocaína foi preso no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife.
Com a prisão do traficante, os investigadores descobriram que os rastros do criminoso levavam a uma célula criminosa de maior abrangência, com braços ligados às facções de atuação nacional e internacional.
Ao todo, a quadrilha desarticulada nesta quarta movimentou R$ 471.822.306,26, onde os recursos são oriundos da atuação do tráfico de drogas comercializado na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Segundo o delegado José Custódio, a partir das investigações no estado que se descobriu que a organização criminosa abrangia suas ações em todo o território brasileiro, considerando que a desarticulação da quadrilha foi o “golpe duro” para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas no País.
“É uma das maiores operações, assim já considerada pela chefia de polícia, a gente tem a identificação de uma investigação que gira em torno dos 140 alvos que são investigados pelo crime de tráfico de drogas, financiamento para o tráfico e lavagem de dinheiro. A gente trabalha em cima dessa organização criminosa que arrecada dinheiro com o varejo e com o tráfico no Recife”, destacou o investigador.
Por: Wilson Maranhão
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