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segunda-feira, 2 de outubro de 2023

PROTEÇÃO AO SISTEMA

Família luta por transplante para paciente grave em Brasília

Familiares de paciente com cirrose apelam por laudo do Hospital Brasília para discutir na Justiça sobre direito a transplante (Foto: Divulgação)


Regra impede inclusão de paciente na fila para receber fígado, por exigir abstinência de álcool por seis meses


Uma contraindicação utilizada pela Medicina para proteger o Sistema Nacional de Transplantes no Brasil levou um paciente internado em estado grave no Hospital Brasília a ter negada sua inscrição para receber um fígado. É o que relatam familiares do paciente que tem cirrose hepática em último grau e está submetido a hemodiálise. A luta de seus parentes é por um laudo médico que ateste a gravidade de sua condição para tentar acionar a Justiça, apelando pelo órgão para salvar sua vida.

Parentes do paciente relataram que uma médica do Hospital Brasília informou sobre a existência de portaria federal que proíbe transplante para quem tiver ingerido bebida alcoólica nos últimos seis meses, antes de se tornar apto à recepção do órgão.

A proibição está na Portaria nº 541, de 14 de março de 2002, do Ministério da saúde, que impede a inscrição de candidatos a receptores na fila de transplante de órgãos que tenham “doença alcoólica com menos de 6 (seis) meses de abstinência”. Segundo familiares, tal prazo somente seria alcançado no fim deste mês de outubro pelo paciente identificado aqui pelas suas iniciais L.C.D.

“A família precisa do laudo do hospital para ouvir um sim ou não da Justiça. Acho que o hospital ou a médica não tem o direito de julgar”, diz um familiar do paciente internado no Hospital Brasília.

O membro fundador da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, o cirurgião cardiovascular José Wanderley Neto, confirmou à reportagem que a regra que contraindica a doação para dependência química e alcoolismo é parâmetro ético da Medicina, que evita a perda do órgão transplantado. “Do ponto de vista ético esse órgão deveria ir para uma pessoa aceitasse as regras pós operatórias”, explicou, referindo-se ao risco de reincidência que pode comprometer a nova fase do tratamento médico.

Em resposta a questionamentos, a assessoria de imprensa do Hospital Brasília encaminhou a seguinte nota: “Informamos que, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados, não compartilhamos informações sobre a condição de saúde de pacientes. As tratativas estão sendo efetuadas junto à família”.

Davi Soares

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