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quinta-feira, 26 de outubro de 2023

CRIME EM ALDEIA

Família de médico vai pedir anulação do julgamento que inocentou filho mais velho

Danilo Paes foi absolvido em júri popular (Foto: Reprodução/Redes Sociais )


Danilo Paes foi absolvido pelo Tribunal do Júri, na quarta (25), em Camaragibe, no Grande Recife

A família do médico cardiologista Denirson Paes, assassinado em Camaragibe em 2018, vai pedir a anulação do julgamento finalizado na quarta-feira (25) que absolveu o filho dele, Danilo Paes, suspeito por envolvimento no crime. 

O júri popular, iniciado na terça (24), estava previsto para durar até sexta (27), mas foi concluído dois dias antes e a sentença foi publicada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pelas redes sociais. Danilo foi inocentado por falta de provas.


Segundo o assistente de acusação, o advogado Carlos André Dantas, além da anulação do julgamento, será pedido o desaforamento do julgamento para a capital. Significa que a acusação quer que o caso tenha novo julgamento no Recife.

"Os recursos serão feitos diante da falta de esclarecimentos a respeito do requerimento que eu fiz, que a juíza ignorou e indeferiu sem ler, bem como a proporção da comoção social entre outros", explicou Carlos André Dantas ao Diario.

"Na hora que ela (a juíza) indeferiu, tomei a palavra e disse que, independentemente do indeferimento dela, eu iria ler todo o requerimento aos presentes. Nele eu questiono sobre o sistema acusatório prejudicado, uma vez que a mãe do promotor é de Aldeia e trabalha na mesma vara do júri. Questiono também à juiza se há alguma proximidade e condescendência afetiva com a família do réu", detalhou.
 
Por fim, segundo Carlos André Dantas, "a juiza não deu explicação e ignorou o requerimento, indeferindo-o".

Entenda o caso
 
O desparecimento de Denirson Paes da Silva, então com 54 anos, começou a ser investigado depois que sua então esposa, a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, registrou boletim de ocorrência, em 20 de junho de 2018. Ela informou na delegacia que o marido havia viajado para fora do país e não tinha retornado.
Depois de um mandado de busca e apreensão no condomínio, a polícia encontrou o corpo dele na cacimba de cerca de 25 metros de profundidade da casa da família, no condomínio Torquato Castro, na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. O corpo estava esquartejado, com partes carbonizadas.

Na ocasição, para a polícia, já havia indícios suficientes da participação de Jussara e do filho mais velho do casal, Danilo Paes, então com 23 anos, por assassinato e pela ocultação do cadáver do médico. 

Em novembro de 2019, Jussara foi julgada e condenada a 19 anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Por: Tatiana Notaro

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