Escritores pernambucanos têm textos traduzidos no Japão
Os historiadores pernambucanos Jacques Ribemboim e José Nivaldo Junior, ambos integrantes da Academia Pernambucana de Letras, foram convidados por uma instituição cultural japonesa para escreverem textos inéditos sobre o período de ocupação holandesa no Nordeste (Jacques) e o período da ditadura militar 1964/1985 (José Nivaldo). Ao todo, 50 autores brasileiros foram selecionados para registrarem os diversos momentos dos 523 anos da História do Brasil. O objetivo do trabalho é apresentar ao público japonês uma visão abrangente e diversificada da história do Brasil.
Jacques Alberto Ribemboim tem 63 anos. É engenheiro, economista, professor e historiador brasileiro. Autor de vários livros sobre Economia, História e Judaísmo, pertence ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano e à Academia Pernambucana de Letras.
José Nivaldo é pernambucano, tem 72 anos, nasceu no Recife e passou a infância em Surubim, município do Agreste do Estado. Bacharel em Direito, mestre em História, foi professor de importantes colégios do Recife e lecionou na graduação e mestrado da UFPE por 20 anos. Publicitário de sucesso, especializado em marketing político, participou de importantes campanhas eleitorais e assessoria a gestões públicas em diversas unidades da Federação, em todas as regiões do país, inclusive RJ, SP e DF. É autor do best-seller internacional “Maquiavel, o Poder”, traduzido em inúmeras línguas, incluindo inglês, espanhol, romeno, árabe e mandarim. Também escreveu obras de ficção. Autor de incontáveis artigos, faz concorridas palestras e participa de programas de entrevista e debates nas principais emissoras e redes do Nordeste. Ocupa a cadeira 8 da Academia Pernambucana de Letras.
Tema abordado por Jacques Ribemboim, as invasões holandesas no Brasil aconteceram ao longo do século XVII e tiveram como momento-chave quando os holandeses invadiram e ocuparam Pernambuco. A ocupação holandesa no Nordeste estendeu-se de 1630 a 1654 e teve relação com o envolvimento diplomático entre Portugal, Espanha e Países Baixos. Marcou um importante momento na história judaica na América. No período, os judeus tiveram uma sinagoga, cujas estruturas, restauradas, podem ser visitadas no Recife. Com o término da ocupação, muitos judeus pernambucanos foram para a América do Norte, onde, inclusive, fundaram Nova Iorque.
A ditadura militar brasileira foi o regime instaurado no Brasil em 1 de abril de 1964 e que durou até 15 de março de 1985, sob comando de sucessivos governos militares. José Nivaldo foi escolhido para abordar o tema que conhece na historiografia e na prática. Bem jovem ainda ele combateu o regime autoritário e amargou 22 meses de sequestro, seguido de cárcere.
Jacques Ribemboim foi recentemente convidado para o lançamento da obra, no Japão. Segundo ele, é surpreendente o interesse que a História do Brasil desperta naquele país. Mais de 2 mil exemplares foram vendidos na semana do lançamento. Jacques trouxe o exemplar de José Nivaldo e fez a entrega na sessão da Academia de anteontem, segunda-feira, 23/10. Junto com o volume, Jacques trouxe o cachê simbólico pago pela instituição cultural japonesa no valor de 6,925 mil iens, correspondente a aproximadamente R$ 230,00 no câmbio de hoje.
O exemplar provocou curiosidade dos acadêmicos. Afinal, não é todo dia que se vê nomes de autores brasileiros impressos em livros do Oriente. A escrita japonesa moderna faz uso de três formas de escrita diferentes: o kanji, que são ideogramas de origem chinesa e dois silabários japoneses conhecidos como hiragana e katakana. O livro foi traduzido Hiragana, a forma mais comum, utilizada para escrita diária, em livros e no aprendizado nas escolas.
Jornal O Poder
Nenhum comentário:
Postar um comentário