"Só Deus vê, só Deus fala", diz Danilo Paes, ao comemorar absolvição em júri popular
Homem de 28 anos foi absolvido de ter participado do assassinato do seu próprio pai
Danilo Paes, de 28 anos, foi absolvido da acusação de participação no assassinato do seu próprio pai nesta quarta-feira (25). O julgamento, que teve duração de dois dias, aconteceu no Fórum Desembargador Agenor Ferreira de Lima, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A decisão do júri popular acabou consolidada em quatro votos a três.
"Só Deus vê, só Deus fala. A justiça Dele foi feita", disse o homem, ao deixar o espaço acompanhado de seus advogados.
Um dos defensores foi José Siqueira, que comemorou o resultado dando destaque à saúde mental de Danilo.
"O tribunal do júri absolveu ele, concordando com a tese apresentada tanto pela defesa quanto pelo Ministério Público (de Pernambuco). Finalmente, após cinco anos, ele está com o alvará de soltura em definitivo, principalmente na questão psicológica. Ele sofreu um verdadeiro linchamento moral nesse período, sendo inocente", disse.
Outro advogado à frente da defesa do caso era Rafael Nunes. Ele voltou a falar de uma "carta de alforria emocional".
"Danilo foi durante muito tempo colocado como assassino do próprio pai. Quando eu dizia que Danilo iria sair pela porta da frente absolvido, eu fui desacreditado por muitas pessoas, mas hoje estou mostrando como é que se faz, como é que se trabalha, como é que se acredita na Justiça. Hoje, Danilo tem a sua carta de alforria emocional", afirmou.
Filho do advogado e médico cardiologista Denirson Paes, Danilo Paes era acusado de ter participado do assassinato do pai, junto com a mãe (Jussara Paes, já condenada e atualmente presa) em 2018. O corpo do médico foi encontrado esquartejado dentro de um poço no condomínio de luxo em que ele morava, em Aldeia.
O conselho de sentença entendeu que as provas do processo não foram suficientes para a condenação. O grupo de acusação pretende recorrer da decisão judicialmente.
"Podem espernear à vontade. Absolutamente nada será capaz de anular esse júri, porque a decisão dos jurados foi a pedido do próprio Ministério Público (de Pernambuco) e foi em consonância com as provas", complementou Nunes.
Por Ana Beatriz Venceslau
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