Defesa de Danilo diz que ele precisa receber "carta de alforria emocional" em júri popular
Mãe de Danilo Paes, Jussara Paes foi condenada pela Justiça em 2019 e está presa; ela foi informante no julgamento
O engenheiro Danilo Paes, acusado de ter participado do crime que tirou a vida do próprio pai no ano de 2018, está sentado na cadeira de réu no julgamento que teve início na manhã desta terça-feira (24), em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Na visão do advogado Rafael Nunes, o engenheiro precisa de uma “carta de alforria emocional” para ser absolvido do caso. O termo faz alusão à libertação de escravos.
“Eu estou muito confortável e tranquilo. Tenho certeza que o meu cliente será absolvido. Danilo entrou pela porta da frente, chateado e castigado emocionalmente, ele precisa da sua carta de alforria emocional, para ser reconhecido como inocente”, disse Nunes.
Reforçando a tese de que o filho do homem assassinado é inocente, Nunes detalhou dois dos testemunhos que aconteceram pelo período da manhã.
“O cheiro da inocência de Danilo está ecoando no plenário. Foram ouvidos dois peritos. Um se perdeu o tempo inteiro. Perguntei porque Jussara não teria condições (de praticar o crime) sozinha e teria que ter uma segunda pessoa, e o silêncio reinou. Ele assinou a reprodução simulada e não conseguiu sustentar a própria perícia que assinou. O segundo perito foi imparcial, um médico legista. Contribuiu imensamente para o processo e a defesa. Tudo o que Jussara afirmou está de acordo com a perícia”, disse.
A mãe de Danilo, Jussara Paes, foi condenada pela Justiça em 2019 a cumprir uma pena de 19 anos e 10 meses pelo crime que tirou a vida de Denirson Paes da Silva, seu marido à época. Ela deixou o presídio escoltada por uma equipe da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e foi até o julgamento na condição de informante, sem ter que cumprir o juramento de falar a verdade.
O irmão de Jussara, a ex-namorada de Danilo e um homem apontado como o responsável por abrir o poço em que o corpo de Denirson estava esquartejado ainda serão ouvidos.
A previsão é de que o júri popular se estenda por quatro dias, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Por Ana Beatriz Venceslau
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