Advogados de vítimas do caso Camaragibe pedem transferência de grávida; família teme pela segurança
Defensores alegam que transferência deverá auxiliar na garantia da proteção da saúde da vítima
Durante reunião na tarde desta terça-feira (19), os advogados das vítimas baleadas no decorrer da ação policial realizada em Camaragibe e que resultou na morte de oito pessoas solicitaram ao Governo de Pernambuco a transferência de Ana Letícia, que está grávida de 7 meses, para um novo hospital.
A mulher, que tem 18 anos, foi atingida na cabeça após ser utilizada como escudo humano por Alex Silva, também conhecido como Alex Samurai. Desde a última quinta-feira (14), Ana Letícia está internada no Hospital da Restauração, localizado na área central do Recife.
A jovem perdeu a visão de um olho e massa encefálica. Neste momento, Ana Letícia permanece entubada e em coma induzido. O estado de saúde dela e do bebê são considerados estáveis.
Em encontro com um representante da Casa Civil, realizado no Palácio do Campo das Princesas, os defensores da família realizaram a solicitação de transferência alegando que, por ser um hospital de referência, o HR costuma ter uma circulação maior de pessoas, o que poderia colocar a segurança de Ana Letícia em risco.
“Queremos destacar aqui que os profissionais da Restauração são médicos excelentes. Mas, por conta dessa referência, o entre e sai é muito grande. Esse controle é mais fácil de controlar num hospital particular. Esse é um pedido da família e é nossa prioridade”, afirmou Aline Maciel, uma das advogadas de Ana Letícia. A solicitação foi protocolada nesta terça e será analisada de forma mais detalhada amanhã, quando os advogados da família deverão se reunir com o secretário-executivo de Direitos Humanos da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Jayme Asfora. Por meio de nota, o Governo de Pernambuco informou que, “desde que tomou conhecimento acerca do caso, a Secretaria Executiva de Direitos Humanos (SEDH) ofereceu atendimento psicossocial e jurídico aos envolvidos por meio do Núcleo de Atendimento Provisório (NAP)”.A gestão estadual destacou ainda que “as investigações relativas às mortes em Camaragibe estão em curso, através da Secretaria de Defesa Social, sob o comando do Grupo de Operações Especiais (GOE)”.
Por Danielle Santana
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