"A minha vida virou de cabeça para baixo em meia hora", diz esposa de bombeiro morto com 32 facadas
"Tudo é muito difícil depois desse trauma", garante a mulher, em entrevista à Folha
A esposa do oficial do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) morto com 32 facadas ao ter a casa invadida por um homem em dezembro do ano passado,concedeu entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco na tarde desta quinta-feira (28). A mulher revelou como está sendo esse período de quase um ano ao lado da filha, atualmente com oito anos.
Aos 38 anos, Paula Ingrid Vieira Lima, que também atua no Corpo de Bombeiros, afirma que desde o episódio não retornou ao local, no bairro do Torreão, na Zona Norte do Recife, de onde fugiu com a criança enquanto o marido lutava com o invasor.
“A minha vida virou de cabeça para baixo em meia hora. Não tenho mais casa, moro com familiares, não cheguei nem a voltar na minha casa, que ficou uma cena de guerra. Meu marido levou 32 facadas. Eu e minha filha estávamos lá até conseguirmos sair. Tudo é muito difícil depois desse trauma”, afirma de início.
As consequências são enfrentadas pela dupla até hoje, já que mãe e filha precisam recorrer a tratamentos da saúde mental por conta de episódios de ansiedade.
“Está sendo muito difícil, com psicólogos, psiquiatras, urgências e ansiedade”, diz.
Relembre o caso
Yasser Youssef era oficial do Corpo de Bombeiros e tinha 41 anos quando um homem entrou na residência onde morava com a esposa e a filha, ano passado. Elas conseguiram fugir, enquanto ele lutou com o outro homem e acabou sendo esfaqueado 32 vezes. O oficial chegou a ser levado até o Hospital da Restauração, no Recife, mas morreu em decorrência da gravidade dos ferimentos.
Família faz ato
A família do oficial se mobiliza para promover um ato na manhã da próxima segunda-feira (1º), quando acontecerá a primeira audiência (audiência de instrução) do caso, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife.
Na sessão, será julgada a possibilidade de o acusado responder em liberdade e a chance de um júri popular acontecer.
Por Ana Beatriz Venceslau
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