PP não é base do governo, garante presidente do partido
Partido aprovou ‘cláusulas pétreas’ para nortear votações. Tendência é contrariar o governo.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) disse que, na condição de opositor ao governo Lula, fala pela maioria dos parlamentares filiados ao Progressistas, e nas palavras dele: ‘a grande maioria é oposição ao governo’. O PP acaba de votar o que o presidente da sigla chamou de ‘cláusulas pétreas’ que vão nortear, obrigatoriamente, a votação dos parlamentares. Para validar o documento, o partido promoveu votação secreta entre os membros, que aprovaram o texto com unanimidade.
Os onze itens deliberados pelo Progressitas, a partir de relatório assinado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), estabelecem que o partido deve votar, entre outras diretrizes, pela ‘valorização da vida desde sua concepção’, ‘a garantia dos direitos de propriedade’, ‘liberdade religiossa, que ultrapassa o ambiente de culto’, contra a descriminalização das drogas e contra o aumento de impostos.
O relatório vai ao encontro da declaração de Ciro ao DP, que afirmou, categoricamente: “O PP não é base do governo Lula”. E não poupou críticas: “Um governo voltado ao passado. Não faltam problemas de gestão, se eu fosse elencar aqui levaríamos muito tempo”.
Para o presidente do PP, os erros da atual gestão do Executivo contrariam o capital internacional atribuído a Lula no início de seu mandato. Segundo ele, o presidente da República desperdiçou a oportunidade de ter ‘espírito de Mandela’ e voltou com ‘rancor’.
A maior dificuldade do atual presidente em cravar apoios dentro do parlamento, segundo a avaliação de Ciro, é que o governo loteia ministérios, mas não assume compromisso com os nomes que sentam no balcão de negócios. “Bolsonaro chamou os partidos para governar”, comparou.
Casamento de Conveniência
O governo Lula chama para compor ministérios, mas na primeira adversidade afirma para a pessoa com quem negociou: “Eu não te conheço, não tenho compromisso com você”.
2026
Nogueira confirmou que Tereza Cristina é nome forte, cogitado pelo partido PP para 2026. E que o monitoramento do partido, com vistas para as próximas eleições presidencias, é positivo, tendo em todos os possíveis cenários, uma derrota do governo petista. Mas admitiu que, para ter segurança na disputa , precisa dialogar com os governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O PP deve fechar questão em torno do nome que agregar mais adesões.
Deborah Sena
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