“Bolsonaro” argentino, Javier Milei assusta seus adversários, sobe nas pesquisas e pode acabar com planos de Lula para América do Sul; entenda
A Argentina vive dias de incertezas e brigas de bastidores. No dia 24 acaba o prazo para apresentar as candidaturas que concorrerão às primárias que definem quem disputará o pleito presidencial, em outubro.
Embora Javier Milei esteja crescendo nas intenções de voto e se beneficie do fato de que tanto o peronismo quanto a chamada “direita democrática” ainda não definiram os nomes de seus presidenciáveis, já se fala de um possível teto para as ambições do provocador de ultradireita.
Milei surgiu como opção tendo como base a capital federal do país, Buenos Aires, e a província de Buenos Aires, principal reduto eleitoral da Argentina, que reúne quase 40% dos eleitores. Mas esse eleitorado estratégico não define uma eleição. Para enfrentar forças políticas tradicionais e de alcance nacional, como o peronismo, o radicalismo (eleitores da União Cívica Radical) e os partidos regionais liderados por caciques, Milei precisa mais do que o discurso exaltado e as propostas apresentadas aos gritos.
Nada disso, porém, garante que Milei desinflará como candidato à Presidência. Nesta disputa, em que é o único nome já definido por um partido, ele vem crescendo nas pesquisas, mantendo o personagem que criou nos últimos anos: político outsider que tenta atrair a população mais jovem e mais pobre e que quer responder de modo raivoso a um governo que não sabe lidar, principalmente, com a devastadora inflação.
A falta de alcance nacional da candidatura de Milei preocupa sua campanha. A coligação da qual faz parte, a Libertad Avanza, é pequena. Embora haja esforços para nacionalizá-la, a estimativa é que, mesmo que Milei seja eleito com uma diferença de votos significativa, ele não terá mais do que 16 deputados e cinco senadores. Assim, pode ocorrer o cenário de um Milei vitorioso, mas sem respaldo parlamentar, e Brasil, Chile e Colômbia exibem a dificuldade de governar sem uma volumosa bancada no Congresso.
No final das contas a vitória do “Bolsonaro” argentino dificultaria os planos traçados para a América do Sul por Lula e seus signatários socialistas que pensam em transformar a região em um Polo da nova ordem mundial que seria liderada pela pujante China que tem dinheiro pra investir.
Com informações: Folha de São Paulo.
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