Morre Fernando Pessoa, ex-presidente Executivo e do Conselho Deliberativo do Sport
Clube deve prestar homenagem na próxima quarta-feira (26)
Faleceu na noite desta terça-feira (25), por volta das 20h30, aos 70 anos, Fernando Pessoa, ex-presidente do Sport nos anos de 2001 e 2002. O antigo mandatário rubro-negro veio a óbito em decorrência de falência múltipla de órgãos. O clube deve prestar uma homenagem na próxima quarta-feira (26), data que também ocorrerá o velório, marcado para às 10h, na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco.
No fim do mês de março, o Sport lançou uma campanha nas redes sociais pedindo doações de sangue ao ex-presidente do Executivo e do Conselho Deliberativo do Leão, que estava internado.
Após a renúncia de Luciano Bivar, Fernando Pessoa assumiu a presidência executiva do Sport em 2001, recebendo 273 votos em eleição realizada pelo Conselho Deliberativo, ficando no cargo até o fim de 2002, quando foi sucedido por Severino Otávio, mais conhecido como Branquinho. Em 2019, também assumiu o cargo de presidente do Conselho Deliberativo.
Para saber mais detalhes do óbito, o DP Esportes entrou em contato com Alfredo Bertini, conselheiro do clube, e vice-presidente de Fernando à época de seu mandato. Bertini, inclusive, enviou um texto em primeira mão à reportagem, lembrando dos passos do amigos que, de certa forma, se misturaram com os seus. Confira na íntegra:
O que Dizer de um Amigo que nos Deixa?
Um dos aspectos melancólicos do envelhecimento é sentir a partida de entes queridos. Não costuma ser fácil essas situações.
No encerrar deste dia 25 de abril, recebo a triste notícia do falecimento do meu amigo e irmão, Fernando Pessoa. Mais do que a lembrança prazerosa de ter sido um dos seus vices, quando exerceu a presidência do Sport, Fernando esteve presente em vários momentos da minha vida, fossem eles bons ou maus. Suas palavras acolhedoras e conselheiras sempre foram fontes de inspiração.
A habilidade política que o fez deputado, secretário de estado ou assessor reflete apenas um pouco do que foi como conhecedor da causa pública e, por extensão, o Direito. De uma fluência marcante na oratória e na escrita, bem como, um intransigente defensor dos valores democráticos, posso aqui me exceder nessa minha plena admiração. Sem limites. Intenso. Do jeito que ele encarava a vida. Do jeito que ele desafiou a morte. Um guerreiro. Um leão.
É muito triste ter que realçar tudo isso numa circunstância que maltrata o coração. Preciso me conformar e entender que a vida é assim. Embora possa dar aquela intrigante vontade de intimar o Criador por agir assim com suas criaturas, como disse o poeta Murilo Mendes. E que criatura!
Fernando deixou seu legado com sabedoria. Uma virtude que me faz lembrar do seu homônimo mais famoso, aquele que foi o maior poeta português. E como 25 de abril é a data que os irmãos portugueses celebram os cravos, que o simbolismo e a beleza dessa singela flor, possa ser e ainda transmitir o sentido de tudo de bom que o nosso Fernando proporcionou. A mim e a tantos outros pares.
Despeço-me do amigo com o mantra dos "rubro-negros de boa cepa", como ele gostava de dizer. Ouso em inserir agora seu nome, na minha forma particular de cantar o nosso hino. Por hoje e agora seja assim: "com Fernando eternamente estarei".
Obrigado, meu amigo.
DP
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