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sábado, 18 de março de 2023

VIAGEM FRUSTRADA

Agência de turismo deixa pernambucanos sem hotel, comida e transporte, em Israel

Reprodução/Fábio Gomes

Um grupo de 46 pernambucanos, em sua maioria de idosos, saiu do Recife há uma semana para o que deveria ser uma viagem de peregrinação, com destino a Israel, no Oriente Médio. O sonho, porém, acabou se transformando em frustração. Eles estão sem lugar definitivo para dormir, com períodos de fome e sem saber como retornar para casa, porque, segundo informaram, a empresa não cumpriu o combinado, não efetuando o pagamento de hotéis e cancelando as programações. Nesta sexta-feira (17), após cruzar a fronteira com o Egito, não havia transporte para leva-los para a programação em Israel, como estava acertado. Foram várias horas de espera, a céu aberto, em posto fronteiriço, sem informações nem ajuda. 

A agência de turismo em questão é a Sevagtur, que atua há 57 anos no Recife. E tudo estava indo bem, inclusive, a intitulada como dona da agência, Suzana Aguiar, viajou com o grupo, mas a história começou a ficar estranha no aeroporto de Barcelona, quando os passageiros dirigiram-se para emitir o bilhete no guichê e foram informados que aquelas passagens tinham sido expedidas de última hora. “Ela só disse que as passagens tinham sido compradas, mas estavam com o agente de turismo contratado no Egito. Quando chegamos ao aeroporto, o grupo foi dividido. Aí começamos  a desconfiar, porque o pessoal do guichê perguntou o motivo de termos comprado a passagem de última hora”, disse um porta-voz do grupo, o médico Fábio Queiroga, que está entre os turistas nessa viagem. 
 
Ao sair do Cairo, a capital do Egito, nesta sexta-feira, um dia após o combinado no contrato, eles foram informados que um ônibus iria leva-los para Israel, o que não aconteceu. “Assim que atravessamos a fronteira não tinha ônibus para nos levar para o passeio. Ficamos lá na fronteira, onde não tem nada. Ficamos aguardando algum posicionamento da dona da agência, que está na viagem, e ela não se posicionou, até que o grupo começou a se articular e compreendeu que ela realmente não tinha pagado nada. Só que ela continuou insistindo que estava tudo certo, que o ônibus iria chegar. Depois, ela assumiu para nós que realmente não tinha pagado, e que teríamos que arrumar um ônibus”, afirmou Queiroga. 
 
Piorou: ainda no Egito, um agente de viagens, que supostamente havia sido contratado pela empresa pernambucana, reteve os passaportes dos turistas, informando que era procedimento comum. Mas não. O grupo acabou descobrindo, assustado e com revolta, que o motivo para aquilo seria aparentemente a falta de pagamento do hotel onde ficaram. Os passaportes foram devolvidos no chekout, quando já iriam para Israel. Já na Terra Santa, o grupo conseguiu juntar dinheiro e pegar vários táxis em direção à Estação Central. Foi lá que esperaram até a estação fechar. 
 
A partir daí, ficaram totalmente descobertos, na rua. De acordo com Fábio Queiroga, durante todo esse período, várias pessoas do grupo entraram em contato com o Brasil, em busca de uma solução. “Algumas agências conseguiram um ônibus para tirar a gente de lá da cidade, que finalmente chegou por volta das 18h local. Então, levaram nosso grupo, finalmente, para um hotel no próximo Mar Morto”, afirmou, ainda com temor, pois havia um detalhe a ser ainda definido: só havia garantia de hospedagem para o grupo até a manhã deste sábado (18), horário de Israel, cujo fuso tem cinco horas de diferença em relação ao de Brasília. A partir daí, o grupo não sabe mais o que fazer, pois a representante da agência, Suzana Aguiar, já disse que não há mais dinheiro e que todos os passeios foram cancelados. 
 
O porta-voz fez um apelo, falando que neste momento, 46 pernambucanos estão sem hotel, refeições e translado na cidade. “São vários idosos com problemas de saúde, que estão precisando de assistência médica em Israel e nenhum funcionário da Sevagtur aparece para resolver”, explicou. “E a situação mais grave é de uma mulher com diabetes, que tem que tomar insulina”, ressaltou. 
 
A Embaixada do Brasil em Israel ainda não se pronunciou sobre o caso, mesmo tendo sido procurada pelo grupo. Suzana Aguiar, dona da agência, que também está na viagem, preferiu não se manifestar, ao ser questionada.

DP

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