AMASSADOS E EMPACOTADOS
Náutico e Porto medem forças, na noite desta segunda-feira (30/01/2023), nos Aflitos, no fechamento da sexta rodada do Campeonato Pernambucano. Até o momento, após a disputa de 33 jogos, cinco clubes se mantém invictos – Sport, Afogadense, Porto, Santa Cruz e Íbis – enquanto outros cinco têm apenas uma derrota em suas campanhas: Retrô, Náutico, Maguary, Salgueiro e Central.
Os números tornam inconteste o equilíbrio na disputa. Pior: atestam o achatamento dos tradicionais “grandes” da Capital – Sport, Náutico e Santa Cruz – que desceram ao lugar comum das pequenas equipes interioranas. Contestar tal realidade sob o argumento de que, “não existe mais time pequeno”, é fechar os olhos à precariedade da estrutura dos clubes do Interior.
Até o momento, nas 33 partidas disputadas, foram registrados 16 empates, ou seja, quase metade dos jogos terminaram com a igualdade estampada no placar; 12 vitórias de mandantes e 5 vitórias de visitantes. A paridade ressalta o apequenamento do “gigante” Santa Cruz que, em quatro partidas que disputou na condição de mandante contabilizou apenas uma vitória. Dos sete jogos que o Tricolor do Arruda têm a cumprir nesta fase classificatória, cinco serão na condição de visitante, tendo como adversários: Retrô, Petrolina, Salgueiro, Sport e Belo Jardim. No Arruda, enfrentará apenas o Íbis, e o Central.
Apesar do esforço para manter acesa a chama dos estaduais, que até pouco mais da metade do Século XX foram o xodó das torcidas, a criatividade dos dirigentes se exauriu diante da capação de datas ofertadas pela CBF para realização das disputas domésticas. Na próxima temporada o espaço reservado aos estaduais estará mais reduzido.
O que fazer?
“Festa no Interior! Elementar meu caro Watson”, responderia o experiente detetive britânico, Sherlock Holmes, na tentativa de solucionar um caso que parece insolúvel ante a insolvência dos chamados grandes clubes pernambucanos.
Apesar do descaso com os clubes do Interior, pecado cometido desde a criação do Campeonato Pernambucano, pelos gestores da FPF, e pela grande mídia recifense, sob a alegação de que os “grandes” da Capital são os donos das torcidas, o fortalecimento da municipalização é a saída do caos.
A regra é clara: “Não existe primeiro sem segundo”.
Basta seguir a escala da política: Municipal, Estadual e Federal.
Qualquer dúvida pergunte aos pequenos agricultores que eles responderão:
“Se regar a raiz da planta ela dará bons frutos”.
Simples assim!
CLAUDEMIR GOMES
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