Com quatro técnicos, Sport viveu 2022 de frustrações e aprendizados
Sport chega em 2023 bem mais consciente dos erros que não pode voltar a cometer (Foto: Anderson Stevens/Sport)
Clube rubro-negro ganhou estabilidade financeira e recuperou prestígio no mercado, mas não a tempo de colher grandes frutos do futebol
Resumir o que foi o movimentado ano de 2022 no Sport é um desafio. Afinal, foram diversos episódios marcantes que mexeram com as emoções da torcida rubro-negra. Entre altos e baixos, o principal legado não veio dentro de campo, mas sim no aplainamento das finanças, quando o clube voltou a contar com um balancete semestral de superávit, após longos anos de déficits. Contudo, com a bola rolando, restaram mais lições do que motivos para comemorar.
O desgaste de Gustavo Florentín
O ano de 2022 começou para o Sport ainda em 2021. Afinal depois de uma temporada com duas renúncias de presidentes, de Milton Bivar e Leonardo Lopes, a escolha de Yuri Romão foi por manter o que foi bem aceito pela torcida. E o principal legado foi a manutenção do paraguaio Gustavo Florentín como treinador.
Mas logo veio a montagem do elenco, limitada aos inúmeros problemas financeiros e de credibilidade do clube no mercado. Para piorar, o time não engrenou com as peças que o treinador indicou, boa parte deles estrangeiros. Tanto que nenhum dos contratados de Florentín renovaram para 2023.
Sem mostrar um bom futebol, e com escassas vitórias, o estopim do desgaste do técnico se deu na eliminação para o Altos na Copa do Brasil. Com mais um vexame para o campeão em 2008, terminava assim a era do Paraguaio.
Gilmar Dal Pozzo, o criticado
Nem mesmo a vitória de virada no clássico com o Náutico foi capaz de amenizar a ira da torcida nas redes sociais quando o Sport anunciou Gilmar Dal Pozzo como substituto. A insatisfação caminhou ao lado do treinador durante toda a sua caminhada na Ilha.
A eliminação em casa para o Salgueiro no Pernambucano acendeu o sinal de alerta, mas com a chegada do volante Fabinho o time ganhou um pouco mais de competitividade, ao ponto de avançar na Copa do Nordeste. Empurrado pela torcida, o Leão alcançou a final, porém não conseguiu superar os rivais, bem mais estruturados técnica e financeiramente.
A boa largada na Série B ainda deu sobrevida a Dal Pozzo, que fez o time brigar pelo G4 no primeiro terço da competição. Porém, sem bons resultados fora da Ilha do Retiro e com pouca inserção no mercado, novamente o Sport perdeu força em campo, e o resultado se refletiu na tabela, com o time agora fora do G4. O 0 a 0 na Ilha com o Brusque foi o ponto final para o treinador, que não conseguiu reverter o cenário de críticas na sua passagem.
Lisca, o breve
Veio o casamento ‘perfeito’ entre Sport e Lisca. Namoro antigo, as duas partes chegaram ao acordo que reacendeu a torcida, com calorosa recepção do aeroporto até a Ilha do Retiro. O Sport reagiu, conseguiu bons resultados, mas o amor acabou rapidamente. Uma proposta do Santos mexeu com o treinador, que decidiu voltar para o mercado da Série A. O jogo com o Vila Nova na Ilha ficou em segundo plano, tornando-se mais um detalhe naquela segunda-feira extremamente conturbada para o clube.
O último suspiro com Claudinei Oliveira
Restava uma última tentativa para salvar a temporada. Com a janela aberta e agora com um melhor poder de mercado, o Sport trouxe Claudinei Oliveira, que já havia demonstrado boas campanhas de recuperação para o acesso. Com as chegadas de Vagner Love, Gustavo Coutinho, Labandeira e Vanderson, o criticado ataque se renovou, e o time ganhou corpo. Mas a escassez de vitórias fora de casa pesou. E sem força suficiente para superar os gigantes Cruzeiro, Grêmio, Vasco e Bahia, o Sport ainda lutou até o final. Sem sucesso.
Claudinei não renovou contrato, e o clube se prepara para 2023 com Enderson Moreira, com o objetivo claro de garantir sua volta à Elite do Brasileiro. Uma temporada de desafios, mas que o Sport chega bem mais consciente dos erros que não pode voltar a cometer.
Sport em 2022
Jogos: 61
Vitórias: 24 (19 casa/5 fora)
Empates: 21 (10 casa/11 fora)
Derrotas: 16 (2 casa/14 fora)
Gols pró: 75 (56 casa/19 fora)
Gols contra: 52 (20 casa/32 fora)
Saldo: + 23 gols
Aproveitamento: 50,81%
Técnicos: Gustavo Florentín, Gilmar Dal Pozzo, Lisca, Claudinei Oliveira e Enderson Moreira*
Artilheiro: Luciano Juba (10)
Principal garçom: Luciano Juba (9)
Quem mais jogou: Luciano Juba (57)
Mais cartões amarelos: Ronaldo (12)
Mais expulsões: Carlos Eduardo, Denner, Gustavo Coutinho, Pedro Naressi, Vagner Love, Fábio Alemão, Ronaldo, Fabinho, Sander e Luciano Juba (1)
* contratado após a Série B para a temporada 2023, ainda não estreou
Pernambucano: Quartas de final | Eliminado pelo Salgueiro, nos pênaltis
Copa do Brasil: Primeira fase | Eliminado pelo Altos
Copa do Nordeste: Vice-campeão | Perdeu o título para o Fortaleza
Brasilleiro: 7º colocado
Diego Borges
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